Netanyahu inicia em Uganda viagem histórica pela África
Objetivo é estimular as relações israelenses-africanas
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"Começo agora uma visita histórica à África", havia declarado Netanyahu em um comunicado antes de iniciar sua viagem, lembrando que é a primeira visita de um primeiro-ministro israelense à África subsaariana em décadas. Depois de Uganda, Netanyahu viajará ao Quênia, Etiópia e Ruanda.
"Israel foi colocado na lista negra na África, fomos excluídos por pressões políticas de muitos países com os quais estávamos envolvidos nos anos 60 e 70, e isso demorou a mudar", comentou Netanyahu em uma entrevista ao jornal ugandês Daily Monitor. "Por que não mudar este absurdo?", se perguntou. Israel tenta garantir o apoio de países africanos nas instituições internacionais, onde é muito criticado pela ocupação dos territórios palestinos ou pela extensão de suas colônias.
Netanyahu disse em fevereiro ter aceitado o convite dos líderes africanos para ir ao continente no 40º aniversário da operação realizada em 4 de julho de 1976 por comandos israelenses para libertar os passageiros de um voo Tel Aviv-Paris, sequestrado edesviado a Entebbe, e na qual seu irmão morreu.
Cooperação
Netanyahu participará em Uganda de uma minicúpula regional sobre segurança e terrorismo que contará com a presença dos chefes de Estado de Quênia, Etiópia, Sudão do Sul, Zâmbia e Malauí. "Uma viagem como esta é muito importante do ponto de vista diplomático, econômico e da segurança, e estou muito feliz por Israel retornar à África pela porta da frente", disse Netanyahu antes de deixar Israel na manhã desta segunda-feira.
O governo israelense aprovou recentemente uma proposta de abrir escritórios da Agência israelense para o desenvolvimento internacional dos quatro países que o primeiro-ministro visitará. A agência compartilha com os países em desenvolvimento tecnologia e transferência de conhecimentos.
Segundo o escritório de Netanyahu, uma soma de 13 milhões de dólares será destinada a "reforçar as relações econômicas e de cooperação com os países africanos". A viagem também terá um significado pessoal para Netanyahu, 40 anos após a morte de seu irmão Yonatan, que dirigia a operação para libertar os passageiros deste voo, sequestrados por palestinos e alemães.
"Esta visita inclui um emocionante reencontro em Entebbe", ressaltou Netanyahu. Em 2005, quando ainda não dirigia o governo, Netanyahu viajou a Uganda e desvelou uma placa comemorativa em memória de seu irmão. Um total de 500 pessoas, entre elas ex-soldados que participaram da operação, acompanharão a cerimônia, sob fortes medidas de segurança. O dispositivo inclui vigilância aérea e patrulhas no lago Victoria.