New York Times pede controle de armas em editorial na primeira página

New York Times pede controle de armas em editorial na primeira página

Texto foi divulgado poucos dias após um casal realizar um massacre na Califórnia

AFP

New York Times pede controle de armas em editorial na primeira página

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O jornal The New York Times publicou neste sábado um editorial em sua primeira página pela primeira vez desde a década de 1920 para pedir o controle de armas após o último tiroteio sangrento nos Estados Unidos. Intitulado "Fim à epidemia de armas nos Estados Unidos", o editoral arremete contra os políticos e afirma que certos tipos de armas e munições devem ser proibidas aos cidadãos particulares.

"É um ultraje moral e uma desgraça nacional que os civis possam comprar legalmente armas projetadas especificamente para matar gente com velocidade e eficiência brutais", indica o artigo. Publicado na edição impressa neste sábado e na edição on-line na noite de sexta-feira, o editorial foi divulgado poucos dias após um casal realizar um massacre que deixou 14 mortos e 21 feridos na Califórnia.

Este massacre constitui o tiroteio mais fatal nos Estados Unidos desde o ataque contra uma escola de Connecticut (leste) em 2012 e é investigado como um "ato de terrorismo", segundo o FBI.

O Times disse que é "correto e conveniente" que as autoridades comprovem se os assassinos estavam conectados com o terrorismo internacional. No entanto, afirmou que "a atenção e a ira também devem se dirigir aos funcionários eleitos, cujo dever é nos manter a salvo, mas conseguem um prêmio mais alto com o dinheiro e o poder político de uma indústria dedicada a se beneficiar da distribuição sem restrições de armas de fogo cada vez mais poderosas".

O jornal lamentou que, diferentemente de outros países afetados pela violência armada, os Estados Unidos não estão tentando remediar a situação. "Pior ainda, os políticos os incitam a se converter em assassinos ao criar um mercado de armas para eles e os eleitores permitem que estes políticos permaneçam em seus postos", indicou.

Em uma declaração, o presidente e diretor do jornal, Arthur Ochs Sulzberger Jr, disse que o editorial foi publicado na primeira página para "entregar uma forte e visível declaração de frustração e angústia pela incapacidade de nosso país em enfrentar o flagelo das armas".

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