O arsenal do Hezbollah no Líbano

O arsenal do Hezbollah no Líbano

Seus combatentes têm experiência no conflito na Síria

AFP

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O Hezbollah libanês possui um verdadeiro exército e um grande arsenal. Desde a última guerra contra Israel em 2006, a organização armada e financiada pelo Irã desenvolveu consideravelmente suas capacidades militares.

Seus combatentes têm experiência no conflito na Síria, onde têm lutado ao lado do regime de Bashar al-Assad desde 2013.

O Hezbollah faz parte do "eixo da resistência", que reúne formações aliadas ao Irã, desde o Iraque até o Iêmen, passando pela Síria.

A poderosa formação tem bombardeado posições israelenses diariamente desde o início da guerra em Gaza em 7 de outubro, mas se absteve de atacar o território israelense profundamente como fez em 2006.

Neste sábado, seu líder, Hassan Nasrallah, revelou que a formação pró-iraniana havia começado a usar novas armas em seus ataques contra Israel, incluindo mísseis que podem transportar cargas explosivas de até 500 kg.

Quantos combatentes?

O líder do Hezbollah havia afirmado em 2021 que sua organização tinha 100 mil combatentes.

Uma cifra "provavelmente inflada", estima Dina Arakji, analista da consultoria Control Risks.

Entre os combatentes estão membros da unidade Al-Radwan, "a força de elite do Hezbollah", diz a especialista.

Os combatentes do Hezbollah não são visíveis na zona fronteiriça do sul do Líbano, mas especialistas apontam que existem túneis e trincheiras escavados pelo movimento na região, por onde circulam seus membros.

Mísseis de alta precisão

"Desde a guerra de 2006 com Israel, o Hezbollah aumentou significativamente seu arsenal, em quantidade e qualidade", diz Dina Arakji.

Em 2006, a organização contava com "cerca de 15 mil foguetes", mas esse número se multiplicou "quase dez vezes nos últimos dois anos, segundo estimativas", acrescenta a especialista.

Em setembro de 2018, o líder do Hezbollah anunciou que agora possui mísseis de alta precisão.

Em fevereiro de 2022, Hassan Nasrallah havia afirmado poder transformar os milhares de foguetes que a organização possui e que não têm sistema de orientação, em mísseis de precisão.

Em 14 de agosto, ele afirmou que bastariam "alguns mísseis de alta precisão" para que o Hezbollah destruísse "os aeroportos (...), usinas elétricas, centros de comunicação e a usina [nuclear] de Dimona", no sul de Israel.

Mísseis guiados

A organização também possui mísseis guiados que tem utilizado em seus ataques contra Israel desde o início da guerra em 7 de outubro.

Em agosto de 2023, a organização anunciou que tinha uma arma antitanque composta por dois lançadores de mísseis antitanque russos Kornet, chamada "Thar Allah" ("A Vingança de Alá").

Mísseis não guiados

A organização possui vários tipos de mísseis não guiados, incluindo os lançadores de foguetes múltiplos BM-21 "Grad".

O líder do Hezbollah anunciou neste sábado que seu partido estava usando "mísseis Burkan (Vulcão), que podem transportar cargas explosivas de 300 a 500 quilos".

Mísseis terra-mar

O Hezbollah possui mísseis antinavio que utilizou durante a guerra de 2006, quando atacou um navio israelense perto de Beirute, o "INS Hanit".

Em 2019, a organização divulgou vídeos mostrando que possuía mísseis antinavio chineses C-802 e C-704.

O Hezbollah também teria mísseis mais avançados que havia ameaçado usar contra plataformas de gás e navios israelenses no Mediterrâneo.


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