O mundo viu a pior cara da ditadura venezuelana, diz Guaidó
Autoproclamado presidente encarregado da Venezuela fez um pronunciamento neste sábado
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O autoproclamado presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, deu um pronunciamento neste sábado sobre os acontecimentos em solo venezuelano durante e após a chegada de ajuda humanitária. Guaidó fez um apelo aos militares do país, dizendo que eles não devem lealdade a Nicolás Maduro. Ele ainda disse que o planeta testemunhou o que há de pior no seu país.
"O mundo viu, em minutos, em horas, a pior cara da ditadura venezuelana. Viram que não existe tal bloqueio na Venezuela. Aqueles que bloqueiam os caminhos da paz e da reconciliação são os que estão em Miraflores", disse Guaidó em referência a Maduro e seus aliados.
Em recado direto à comunidade internacional, Guaidó disse para que os países mantenham todas as cartas na mesa, dando a entender a possibilidade de um conflito ainda mais forte. "Participarei da reunião do Grupo de Lima para discutir possíveis ações diplomáticas e possíveis ações para cooperar. Minha responsabilidade como presidente encarregado é seguir buscando essa ajuda", argumentou.
Críticas da OEA
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, fez duras críticas ao regime de Maduro. Disse que "a intenção (do governo venezuelano) é "assassinar pessoas desarmadas". "Esse regime é usurpador e é preciso iniciar o diálogo para levar ajuda a pacientes renais e com deficiências crônicas. É uma baixeza ética queimar caminhões com ajuda humanitária", afirmou Almagro.
O secretário-geral da OEA afirmou ainda que, diante de 285 feridos quando se tentava dar ajuda humanitária, a comunidade internacional deve ser dura com o governo venezuelano. Duque, da Colômbia, reforçou o "sentimento de unidade" dos líderes de países da região reunidos neste sábado em Cúcuta - estiveram presentes no local, também, o presidente chileno, Sebastián Piñera, e o do Paraguai, Mario Abdo Benítez, segundo o líder colombiano. "Vários presidentes se reuniram hoje na Colômbia, para mostrar que a diplomacia é mais poderosa que qualquer ameaça", afirmou ele.
Duque reforçou que os líderes do Grupo de Lima debaterão na segunda-feira em Bogotá as ocorrências deste sábado. "Vamos discutir o fim da repressão de Maduro na Venezuela e de que forma pôr fim à violência pela diplomacia", afirmou. Momentos antes do encontro com a imprensa, a Globonews informou que a guarda colombiana na fronteira passou a impedir a passagem de manifestantes oposicionistas para a Venezuela, a fim de conter o confronto com os soldados de Maduro. Os oposicionistas, até então, vinham passando pela área colombiana até se aproximar de soldados venezuelanos para atacá-los com bombas caseiras. Com o fechamento da passagem, a situação no local era mais tranquila.