Obama exalta Mandela e denuncia racismo e pobreza que persistem

Obama exalta Mandela e denuncia racismo e pobreza que persistem

Ex-presidente dos EUA discursou no centenário do líder africano contra o apartheid

AFP

Ex-presidente dos EUA discursou no centenário do líder africano contra o apartheid

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O discurso de Barack Obama, nesta terça-feira em Joanesburgo, marcou o auge das celebrações do centenário do nascimento de Nelson Mandela, ícone global da luta contra o apartheid, nascido em 18 de julho de 1918 e falecido em 5 de dezembro de 2013 na África do Sul. A cada ano a Fundação Mandela convida uma pessoa de prestígio para discursar no aniversário de "Madiba".

Depois de passar 27 anos nas prisões do regime racista branco, Mandela tornou-se em 1994 o primeiro presidente eleito democraticamente na África do Sul, um cargo que ocupou até 1999. Mandela e Obama se viram uma única vez, em 2005, em Washington, mas se admiravam mutuamente. O líder africano continua sendo uma das grandes referências morais do ex-presidente dos Estados Unidos, junto com Abraham Lincoln e com o defensor dos direitos civis Martin Luther King.

Nesta terça-feira, Obama saudou a memória de "um verdadeiro gigante da História". "A luz de Madiba segue brilhando com muita força", afirmou, defendendo a visão de Mandela. O ex-presidente aproveitou a ocasião para parabenizar a seleção francesa por sua vitória na Copa do Mundo-2018 e a diversidade identitária dos Bleus. "Todos esses caras não parecem, na minha opinião, gauleses. Eles são franceses", disse ele aos aplausos, lamentando, no entanto, que "o mundo não tenha cumprido as promessas" de Madiba.

"A discriminação racial ainda existe na África do Sul e nos Estados Unidos e a pobreza explodiu", denunciou. Quase 25 anos após o fim oficial do apartheid, a África do Sul apenas começou seu "longo caminho" para a liberdade, declarou na segunda-feira Graça Machel, retomando o título da autobiografia de seu marido "O longo caminho para a liberdade".

O racismo ainda está presente em um país onde a pobreza persiste e que é o mais desigual do mundo, segundo o Banco Mundial. Coincidindo com o centenário de seu nascimento, a fundação Mandela pediu aos sul-africanos que "agissem e inspirassem mudanças" em nome de "Madiba". Entre outras atividades, a celebração inclui competições esportivas, a publicação de testemunhos de pessoas que conheceram Mandela, a impressão de uma cédula com sua imagem e um grande show em dezembro, em Johannesburgo, com estrelas como Beyoncé, Jay-Z e Pharrell Williams.

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