Obama não descarta influência russa em eleições nos Estados Unidos

Obama não descarta influência russa em eleições nos Estados Unidos

Rússia foi acusada pelo vazamento em massa de e-mails do Comitê Nacional Democrata

AFP

Obama não descarta influência russa em eleições nos Estados Unidos

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O presidente Barack Obama não descartou a possibilidade de que a Rússia esteja tentando influenciar as eleições presidenciais americanas a favor do candidato republicano Donald Trump. "Tudo é possível", disse Obama em uma entrevista à rede NBC News que será transmitida nesta quarta-feira, o maior passo já dado pelo governo dos Estados Unidos ao apontar a Rússia pelo vazamento em massa de e-mails do Comitê Nacional Democrata por parte da organização WikiLeaks.

O Kremlin, por sua vez, desmentiu nesta quarta-feira qualquer ingerência na campanha eleitoral dos Estados Unidos.
"O presidente Putin disse várias vezes que a Rússia não interferiu nunca e não interferirá nos assuntos internos (de um país), sobretudo em um processo eleitoral", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em resposta a uma pergunta sobre as declarações do presidente americano.

Obama disse que o FBI continua investigando o vazamento, que revelou aparentemente um preferência do Comitê Democrata por Hillary Clinton diante de seu rival nas primárias partidárias, Bernie Sanders. O vazamento foi muito embaraçoso para os democratas, que realizam sua convenção nacional nesta semana na Filadélfia. A campanha de Hillary afirmou que ciberespecialistas contratados sugeriram que a Rússia era a culpada pelo roubo dos e-mails e que seu objetivo era ajudar Trump.

O jornal The New York Times informou nesta quarta-feira que as agências de inteligência americanas têm agora "alta confiança" de que o governo russo está por trás do roubo dos e-mails. No entanto, as agências não estão certas sobre se o roubo foi resultado de uma ciberespionagem de rotina ou forma parte de uma tentativa de influenciar as eleições presidenciais de novembro, disse o Times, citando funcionários federais informados.

Obama disse à NBC que não podia falar sobre os motivos precisos do roubo de e-mails, mas estava ciente dos comentários de Trump sobre a Rússia. "Donald Trump expressou repetidamente admiração por Vladimir Putin", disse Obama em um trecho da entrevista, que será transmitida em sua totalidade nesta quarta-feira. "E penso que Trump teve um bom apoio de cobertura na Rússia", indicou. O presidente acrescentou: "O que sabemos é que os russos hackeiam nossos sistema. Não apenas do governo, mas dos sistemas privados".

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ao falar na terça-feira à rede CNN, se recusou a confirmar ou negar que a Rússia fosse a fonte dos e-mails que sua organização divulgou. "Gostamos de criar a ambiguidade máxima sobre quem são nossas fontes", expressou Assange. 

Disputa acirrada

Sobre as eleições americanas, o presidente americano disse ainda à NBC que tudo pode acontecer, e pediu aos seus correligionários democratas que "permaneçam preocupados até que todos os votos estejam contados". Obama, que será o orador principal nesta quarta-feira na Convenção Nacional Democrata, foi consultado pela rede de televisão sobre se Donald Trump pode derrotar Hillary Clinton nas urnas. "Tudo é possível", respondeu.

"Como alguém que esteve em cargos eletivos em diferentes níveis por 20 anos, vi que acontece uma série de coisas loucas, e penso que todos os que entram em uma campanha e não disputam assustados podem terminar perdendo", afirmou. "Meu conselho aos democratas - e não tenho que dar este conselho a Hillary Clinton porque ela sabe bem disso - é que permaneçam preocupados até que todos os votos estejam depositados e contados, porque um dos riscos em uma eleição é essa gente que não leva o desafio a sério, que fica em casa e terminamos obtendo outra coisa", acrescentou.

Hillary foi proclamada candidata presidencial democrata na noite de terça-feira durante a convenção, que contou com um discurso de seu marido e ex-presidente Bill Clinton.

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