Ocidente se mobiliza para salvar iraquianos perseguidos por jihadistas
EUA começaram ataques na sexta-feira para tentar frear avanço ao Curdistão autônomo
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Os Estados Unidos, que se retiraram do Iraque há três anos, começaram ataques na sexta-feira para tentar frear o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) que ameaçam o Curdistão autônomo e milhares de civis. Os insurgentes sunitas, liderados pelo EI, estavam se mantendo à distância do Curdistão, mas desde o final de julho progrediram na direção da província, ocupando posições a cerca de 40 quilômetros de sua capital Erbil, sem ultrapassar as fronteiras da região autônoma.
Milhares de pessoas fugiram dessa progressão, em particular cristão e inúmeros membros da minoria de idioma curdo yazidis, que acabaram cercados nas terras áridas do Monte Sinjar, sem água e sem comida. Novas remessas de alimentos e água No domingo pela manhã, os Estados Unidos lançaram de paraquedas o equivalente a 52 mil pacotes de alimentos e contêineres de água, depois de realizar operações similares nos últimos dias para ajudar os refugiados.
A Grã-Bretanha anunciou ter se somado a esse esforço humanitário com o envio de dois aviões com suprimentos. "O mundo está comovido com a situação da comunidad yazidi", indicou a ministra de Desenvolvimento Internacional, Justine
Greening. A França também participa da campanha humanitária. Em visita a Bagdá, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, declarou que formação de um amplo governo de unidade iraquiano é crucial para a luta contra o avanço dos jihadistas no país.
"Neste momento, o Iraque precisa antes de mais nada de um amplo governo de unidade porque todos os iraquianos devem se sentir representados para combater juntos o terrorismo", afirmou Fabius depois de se reunir com o ministro interino das Relações Exteriores iraquiano, Hussein Chahristani.
Depois de Bagdá, Fabius viajará a Erbil para supervisionar a primeira entrega de ajuda humanitária francesa às populações ameaçadas. Mais de três meses depois das eleições legislativas de 30 de abril, o Iraque continua sem formar um governo devido às profundas divisões no parlamento. Na véspera, o presidente Barack Obama também apelou para a formação de um governo de unidade no Iraque para poder conter o avanço jihadista.
O mesmo foi dito pelo papa Francisco neste domingo ao pedir uma solução política eficiente para a crise no Iraque. "As notícias que chegam do Iraque nos deixam incrédulos e consternados: milhares de pessoas, entre as quais há tantos cristãos, expulsas de suas casas brutalmente, crianças mortas de sede e de fome durante a fuga, mulheres sequestradas, violências de todos os tipos", lamentou o Sumo Pontífice depois da oração do Angelus. Para o Papa, "esta violência e a destruição de casas, patrimônios históricos, culturas e religiosos ofendem gravemente a Deus e a humanidade".