OEA aprova resolução de solidariedade ao Equador no caso Assange

OEA aprova resolução de solidariedade ao Equador no caso Assange

Organização pediu retomada imedita do diálogo entre Quito e Londres para resolver impasse diplomático

AFP

Asilo de Assange na embaixada do Equador foi apoiado pela OEA

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Os chanceleres e representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovaram nesta sexta-feira uma resolução de "solidariedade e apoio" ao Equador em seu impasse diplomático com a Grã-Bretanha pelo asilo concedido ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange. A resolução pede que se "rejeite qualquer tentativa que ponha em risco a inviolabilidade das missões diplomáticas", já que Assange está refugiado na embaixada de Quito em Londres.

O texto foi aprovado em consenso, apesar das reservas manifestadas por Estados Unidos e Canadá. O Equador havia proposto uma resolução que logo foi suavizada diante das objeções de alguns países, durante cinco horas de intensas negociações e debates na reunião de consulta de chanceleres em Washington. A resolução pede também que Equador e Reino Unido "mantenham um diálogo que permita resolver suas atuais divergências".

"Reafirmamos nossa capacidade de diálogo e podemos nos sentir muito felizes", destacou o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, que presidiu a reunião. "Esta decisão da OEA nos deixa plenamente satisfeitos", pois mostra que "temos o pleno apoio dos países latino-americanos e caribenhos", comemorou depois o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.

Estados Unidos e Canadá, que se opunham a uma abordagem do caso pela OEA por considerarem que este é um assunto bilateral, não aderiram ao parágrafo que manifesta solidariedade ao Equador. "Reconhecendo a importância do consenso, os Estados Unidos permitirão que esta resolução seja aprovada, embora incluam uma nota de pé de página" para deixar registradas as suas reservas, disse o subsecretário de Estado americano para a América Latina, John Feeley.

O governo de Rafael Correa buscava o apoio da OEA, que já havia obtido de outros blocos regionais como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), diante do que denunciou como "ameaças" britânicas de entrar em sua embaixada para prender o ativista digital do WikiLeaks. O observador permanente britânico na OEA, Philip Barton, convidou diretamente o Equador a "retomar da maneira mais rápida o diálogo construtivo mantido neste caso até o momento".

Mas Patiño respondeu que para dialogar é necessário que Londres "retire a sua ameaça", além de cobrar um "pedido de desculpas público" do governo britânico. Barton reiterou que Londres não vai entrar na sede diplomática, mas ressaltou que não concederá a Assange um salvo-conduto para que viaje a Quito e insiste em sua extradição à Suécia para que responda por acusações de agressão sexual, algo que é negado pelo australiano.


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