OEA reprova incidente com avião de Morales e pede explicações

OEA reprova incidente com avião de Morales e pede explicações

Países europeus impediram sobrevoo por suspeita de fuga de Edward Snowden

AFP

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O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, expressou irritação com a negativa de vários países europeus em permitir o sobrevoo do avião do presidente boliviano, Evo Morales, e exigiu explicações aos respectivos governos, segundo um comunicado oficial divulgado nesta quarta-feira. "Nada justifica uma ação de tanto desrespeito pela mais alta autoridade de um país", diz a nota oficial.

O chefe da organização regional acrescentou que "os países envolvidos devem dar uma explicação das razões pelas quais tomaram esta decisão", que, a seu ver, "colocou em risco a vida do presidente de um país membro da OEA".

O avião de Morales, procedente de Moscou, se viu forçado a aterrissar em Viena, na Áustria, depois que França, Itália, Portugal e Espanha negaram sua passagem por suspeitar que a aeronave transportava o foragido americano Edward Snowden. A aeronave decolou na manhã desta quarta, com destino a Bolívia.

Christina Kirchner diz que episódio foi "humilhante"

A presidente argentina Cristina Kirchner classificou o fato como "humilhante". "É tudo muito humilhante", afirmou ela em seu Twitter, ao comentar a conversa que manteve via internet com seus colegas Rafael Correa, do Equador, José Mujica, do Uruguai, e o próprio Morales. "Definitivamente, estão todos loucos. Um chefe de Estado e seu avião têm imunidade total. Não pode acontecer este grau de impunidade", afirmou ainda.

Bolívia espera resposta do Brasil

O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, apelou para que o governo brasileiro se manifeste sobre o assunto. O diplomata disse como “país irmão” da Bolívia o Brasil deve mostrar sua solidariedade ao que chamou ato de “prepotência imperialista”. O caso é examinado pela Presidência da República do Brasil e o Ministério das Relações Exteriores.

Europa impede sobrevoo de Morales

O presidente boliviano viajava de Moscou, onde anunciou que seu governo estava disposto a estudar um eventual pedido de asilo de Snowden. O governo da Áustria informou que o técnico de informática americano não estava a bordo, mas reconheceu que não inspecionou a aeronave. Os passageiros foram submetidos a um controle de passaportes. Com isso, a aeronave pousou em Viena e decolou na manhã desta quarta.

Edward Snowden está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho. Ele é acusado por Washington de espionagem por ter revelado um amplo programa de vigilância telefônica e na internet. Vários países se recusaram a conceder asilo político ao americano.

O governo dos Estados Unidos manifestou esperança de que o ex-consultor que prestava serviço para a Agência de Segurança Nacional (NSA), retorne ao país para ser julgado. As revelações de Snowden sobre o programa secreto do governo americano para vigiar as comunicações mundiais provocaram fortes tensões entre Washington e vários aliados.

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