Oito meninos resgatados de caverna estão em quarentena na Tailândia

Oito meninos resgatados de caverna estão em quarentena na Tailândia

Médicos avaliam risco de infecção e presença dos pais ainda não foi autorizada

AFP

Três meninos resgatados hoje recebem tratamento médico na Tailândia

publicidade

As oito primeiras crianças resgatadas de uma caverna inundada na Tailândia estão "bem de saúde", asseguram as autoridades, mas permanecerão hospitalizadas em quarentena, com óculos de sol para proteger os olhos e sob monitoramento psicológico. Nesta terça-feira, os quatro garotos restantes e seu treinador de futebol foram retirados da caverna, mas seu estado de saúde ainda é desconhecido.

Dois dos resgatados estão tomando antibióticos porque apresentam sintomas de pneumonia depois de dias nas umidade da gruta. Mas, mesmo esses, apresentam "um estado normal", garantiu o hospital de Chiang Rai, no Norte de Tailândia. As pessoas que passam muito tempo sob a terra podem sofrer problemas pulmonares.

Todos foram submetidos a exames radiológicos e sanguíneos. Os exames de sangue foram enviados para Bangkok e os resultados serão conhecidos em poucos dias. Eles foram vacinados contra o tétano e contra a raiva. Embora o risco de os morcegos, vetores da doença, os terem mordido enquanto dormiam, seja muito baixo. Todos podem andar, falar e comer e alguns até consumiram chocolate. No momento eles não podem comer comida picante, típica na Tailândia, porque estão com o estômago fragilizado.

Boa saúde mental

Vários especialistas alertaram para as possíveis consequências a longo prazo do trauma vivido e por isso o grupo conta com acompanhamento psicológico. Os meninos estão usando óculos de sol para que seus olhos, privados de luz durante suas semanas, possam se acostumar progressivamente à do dia. Os problemas oculares são os mais comuns, assim como os pulmões, nos casos de sobreviventes resgatados depois de um longo período sob a terra. Um oftalmologista examinou o primeiro grupo resgatado e descartou complicações oculares.

O grupo de meninos irá permanecer hospitalizado durante uma semana para vigiar a eventual aparição de infecções. Se os exames não revelarem nada perigoso, os pais "serão autorizados a se aproximar de suas camas com roupas de proteção, mantendo-se a uma distância de dois metros", indicou o médico Tosthep Bunthong em coletiva de imprensa. As crianças estão em quarentena, mas os pais do primeiro grupo evacuado puderam vê-los pelo vidro e conversar a distância.

Sem Copa

No entanto, os meninos não poderão viajar para final da Copa do Mundo na Rússia em 15 de julho, depois de terem recebido um convite da Fifa. "Não podem viajar, devem permanecer no hospital durante um tempo", declarou Thongchai Lertwilairatanapong, funcionário do ministério da Saúde da Tailândia. "É provável que assistam pela televisão", completou durante a entrevista no hospital de Chiang Rai. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, convidou os meninos para assistir a final da Copa em uma carta divulgada no dia 6 de julho.

Exploração após treino de futebol

Os meninos e seu técnico foram explorar o local no dia 23 de junho, após o treino de futebol, e foram surpreendidos por uma chuva que inundou o local. As equipes de buscas levaram dez dias para localizar o grupo, que se abrigou numa parte seca do complexo.

O caso tomou proporções internacionais e o governo dos Estados Unidos enviou técnicos para ajudar no resgate. Na missão desse domingo, participaram 13 mergulhadores estrangeiros e cinco membros da Marinha tailandesa. Na noite da última quinta-feira, um ex-mergulhador tailandês morreu enquanto trabalhava como voluntário nos esforços de resgate colocando cilindros de oxigênio ao longo da rota utilizada para chegar às crianças.



Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895