OMS adverte que desistir de conter o coronavírus é perigoso

OMS adverte que desistir de conter o coronavírus é perigoso

Tedros Adhanom Ghebreyesus fez um alerta para o risco de se abandonar os esforços de controle da pandemia

AFP

OMS enfatizou que todos têm a responsabilidade de conter a disseminação da Covid-19

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um alerta nesta segunda-feira para o risco de se abandonar os esforços de controle da pandemia do novo coronavírus, como sugeriu um alto funcionário americano, afirmando que fazê-lo seria "perigoso". "Nós não devemos desistir", disse Adhanom, durante um briefing virtual sobre a pandemia.

Ele admitiu que após meses de batalha contra o novo coronavírus, que deixou mais de 1,1 milhão de mortos em todo o mundo, instalou-se um certo nível de "fadiga da pandemia". "É duro e a fadiga é real", disse Tedros Adhanom. "Mas nós não podemos desistir", acrescentou, exigindo dos líderes para "equilibrar a perturbação para vidas e sustentos". "Quando os líderes agem rápido, o vírus pode ser suprimido", acrescentou.

Seus comentários vêm um dia depois de o chefe de gabinete do presidente americano, Donald Trump, Mark Meadows, afirmar à CNN que o foco do governo mudou para a mitigação da pandemia e não está na erradicação do vírus. "Nós não vamos controlar a pandemia. Vamos controlar o fato de termos vacinas, tratamentos e outras mitigações", disse Meadows, comparando a letal Covid-19 a uma gripe sazonal.

Perguntando sobre os comentários de Meadows, Tedros Adhanom disse que concordava em que o enfoque na mitigação, e especialmente na proteção dos mais vulneráveis, é importante. "Mas desistir do controle é perigoso", acrescentou. O diretor-geral da OMS reforçou que a mitigação e o controle da pandemia "não são contraditórias. Podemos fazer ambas".

Enquanto os governos têm a responsabilidade de assegurar coisas, como testagem e rastreamento de contatos, ele enfatizou que todos têm a responsabilidade de conter a disseminação da Covid-19. "Os governos deveriam fazer a sua parte e nossos cidadãos, a deles, para minimizar a transmissão", afirmou. "Não há soluções mágicas para este surto", insistiu.

"Ninguém mais quer os chamados 'lockdowns'. Mas se quisermos evitá-los, todos devemos fazer a nossa parte", acrescentou.

Quando perguntado sobre os comentários de Meadows, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, também disse que os países não deveriam "desistir em tentar suprimir a transmissão". "Houve muitos lugares nos Estados Unidos e em outras partes do mundo que enfrentaram muitos problemas em março e abril usando a mitigação", afirmou.

"Quando nossas salas de emergência ficaram superlotadas e caminhões frigoríficos foram levados para o fundo dos hospitais, essa é a realidade da mitigação de uma doença face a uma enxurrada de casos", acrescentou. "Perdemos a capacidade de enfrentamento. E este é o temor agora", concluiu.


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