OMS pede moratória de dose de reforço da vacina anticovid até o final de setembro

OMS pede moratória de dose de reforço da vacina anticovid até o final de setembro

Para Tedros Adhanom, as vacinas precisam ir para os países que estão com baixa imunização

AFP

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O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta quarta-feira, 4, que os países imponham uma "moratória" e adiem doses de reforço da vacina contra a Covid-19, ao menos até setembro, para disponibilizá-las aos países que só imunizaram uma pequena parte de sua população.

"Precisamos mudar as coisas urgentemente: que a maioria das vacinas deixem de ir aos países ricos para ir para os países pobres", declarou na coletiva de imprensa da OMS em Genebra Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacando que a moratória teria que durar "ao menos até o final de setembro".

Durante entrevista coletiva, a entidade insistiu na necessidade de distribuir melhor os imunizantes pelo mundo, a fim de controlar a pandemia. "Mais de 4 bilhões de doses contra a Covid foram administradas globalmente. Não podemos aceitar que os países que mais tem vacinas usem ainda mais", afirmou Tedros Adhanom. Segundo ele, o curso da pandemia nesse contexto depende da liderança dos países do G-20.

Desigualdade entre os países

O chefe da agência da ONU denuncia há meses a desigualdade entre países ricos e pobres nas campanhas de vacinação ao redor do mundo. Em maio, Tedros lançou um desafio: vacinar 10% da população em todos os países do mundo. "Para conseguir isso, precisamos da cooperação de todos, em particular de um punhado de países e empresas que controlam a produção mundial de vacinas", enfatizou Tedros.

Entre outros pontos, ele pediu aos grupos farmacêuticos que promovam o sistema Covax, uma iniciativa internacional criada para lutar contra a desigualdade na imunização e para ajudar 92 países pobres. Até agora, Covax conseguiu distribuir apenas uma pequena parte do que foi inicialmente previsto.

 Das 4 bilhões de doses injetadas em todo mundo, 80% foram para países de renda alta e média, onde vive menos de 50% da população mundial.

Dose de reforço

Consultor sênior da OMS, Bruce Aylward disse que uma potencial dose de reforço é "uma grande decisão", que precisa ser baseada em dados para que exista clareza sobre esse tema. Segundo ele, o prazo até setembro poderia fazer com que mais pessoas possam se imunizar pelo mundo. "O que esperamos é que não se avance para uma dose de reforço até que a maior parte do mundo esteja vacinada", insistiu. 


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