ONG culpa extremistas judeus por incêndio em refúgio de beduínos na Cisjordânia

Um refúgio de beduínos na Cisjordânia ocupada foi destruído na madrugada desta quinta-feira por um incêndio, indicou a ONG israelense Rabinos pelos Direitos Humanos, que denuncia um ato dos extremistas israelenses. O fogo, que começou às 3h locais (21h de Brasília) perto do acampamento de Ein Samia, não muito distante de Ramallah, e não deixou nenhum ferido.

Os beduínos e a ONG acusaram extremistas israelenses de estarem por trás do incidente, depois que duas pichações foram encontradas nas imediações: uma de uma estrela de David e outra com as palavras "vingança administrativa".

Segundo a ONG, "vingança administrativa" se refere à detenção administrativa de três jovens judeus extremistas após a ocorrência de vários atos violentos na zona, especialmente um incêndio criminoso cometido em 31 de julho no qual morreram um bebê palestino de 18 meses e seu pai. A polícia não se pronunciou até o momento sobre a origem do incidente desta quinta-feira.

O refúgio, no qual havia apenas ração para gado, queimou completamente, comprovou um jornalista. No entanto, em seu interior uma dezena de pessoas costumam dormir, explicou um dos beduínos, Ayed Kaabneh, primo do proprietário do local. "Por sorte, há três dias foram dormir mais alto" na montanha, acrescentou.

Os agressores fugiram quando uma jovem acordou no momento em que escreviam vingança em outro local, disse outro beduíno, Mahmud Kaabneh. Ein Samia se encontra perto de uma colônia ilegal onde a polícia investiga os recentes atos imputados a extremistas judeus e deteve vários nos últimos dias, embora tenham sido posteriormente libertados.

A Rabinos pelos Direitos Humanos é uma ONG formada por rabinos e estudantes de religião muito comprometida na Cisjordânia a favor dos beduínos, que luta contra os colonos e contra o confisco de terras dos agricultores palestinos.