ONU condena golpe militar contra governo de transição em Burkina Faso
Guarda ligada a presidente deposto tomou poder antes de convocação das eleições em outubro
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Há relatos de protestos nas ruas e repressão com violência das autoridades militares. Na capital, Ouagadougou, entidades de direitos humanos apontam pelo menos dez mortes desde o golpe.
“As Nações Unidas apoiam firmemente as autoridades transicionais e o presidente Kafando”, disse o secretário-geral, que exige a liberação dos políticos e sua retomada ao governo. A prisão aconteceu dois dias após uma comissão ter recomendado a dissolução da guarda presidencial. “O incidente é uma violação flagrante da Constituição e da Carta de transição de Burkina Faso”, afirmaram os membros do Conselho de Segurança, que emitiram pronunciamento, após o golpe.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, também expressou preocupação quanto à situação no país. “Eu apelo aos líderes do golpe que evitem qualquer uso de força, particularmente no contexto das demonstrações antigolpe, e que respeitem os direitos da população de se manifestar pacificamente”, disse.
Em novembro de 2014, o ex-presidente Blaise Compaoré, depois de passar 27 anos no poder, foi deposto por manifestações populares. Nessa ocasião, formou-se um governo transitório, liderado por Kafando, que ocuparia a presidência até outubro de 2015, quando novas eleições seriam convocadas