ONU denuncia ritmo "inaceitável" de mortes de civis no Afeganistão

ONU denuncia ritmo "inaceitável" de mortes de civis no Afeganistão

Mais de 700 civis morreram em 2019

AFP

ONU considerou esforços para redução de mortes "insuficientes"

publicidade

Os civis continuam a ser mortos e feridos a um ritmo "inaceitável", apesar das negociações em curso para acabar com décadas de guerra, denunciou nesta terça-feira a missão da ONU no Afeganistão (MANUA). Embora o número de vítimas nos primeiros seis meses de 2019 tenha reduzido em 27% em relação ao mesmo período de 2018, 1.366 civis foram mortos e 2.446 ficaram feridos, informou a MANUA em seu relatório semestral.

"O dano causado aos civis é chocante e inaceitável", disse a missão da ONU, que considera "insuficientes os esforços" feitos pelos dois lados para limitar a perda de vidas de civis. Um terço das vítimas são crianças (327 mortas e 880 feridas), principalmente devido a explosivos não detonados que manipulam sem estarem cientes dos riscos.

Mais civis morreram nas mãos das forças pró-governo do que por grupos insurgentes (717 mortos contra 531), em grande parte devido a ataques aéreos afegãos e americanos, de acordo com a MANUA. As forças pró-governo causaram 31% mais vítimas civis no primeiro semestre de 2019 do que em 2018.

Em contraste, as mortes atribuídas a diferentes grupos insurgentes - principalmente o grupo Talibã e o Estado Islâmico - reduziram em 43%, devido à queda no número de atentados suicidas e ataques complexos. Durante uma reunião histórica em Doha, no início de julho, entre autoridades do Talibã e representantes do governo afegão, os dois lados publicaram uma resolução comum pedindo a redução do número de vítimas civis para "zero".

Mas o massacre de civis continua. "Todo mundo ouviu a mensagem dos delegados afegãos durante as negociações de Doha: 'Reduzam o número de baixas civis para zero!'", disse o líder da MANUA, Tadamichi Yamamamoto, em um comunicado. "Pedimos a todas as partes que considerem esse imperativo e respondam ao apelo dos afegãos para que sejam tomadas medidas imediatas para reduzir os terríveis danos infligidos", acrescentou. O ano de 2018 foi o mais mortal para os civis afegãos, com 3.804 mortos, incluindo 900 crianças e 7.189 feridos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895