Operação para resgatar reféns em campo de gás continua na Argélia

Operação para resgatar reféns em campo de gás continua na Argélia

Ataque militar a grupo islâmico ligado ao Al Qaeda deixou 50 mortos

AFP

Exército da Argélia mantém operação para resgatar reféns em campo de gás no país

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A ação do exército da Argélia para tentar resgatar dezenas de reféns, sequestrados por islamitas em um campo de exploração de gás do leste do país, prossegue nesta sexta-feira. "Ainda há um grupo entrincheirado no complexo de In Amenas, 1300 km a sudeste de Argel, perto da fronteira com a Líbia”, disse uma fonte dos serviços de segurança da Argélia, que se negou a fornecer outros detalhes: "É difícil falar de uma operação que segue em curso", alegou.

De acordo com outra fonte, ainda há reféns em poder dos islamistas. "Parece que ainda há reféns detidos e pode ser que alguns deles sejam britânicos. A situação está mudando rapidamente e é muito difícil saber o que está acontecendo", disse uma porta-voz do Foreign Office. A situação na Argélia obrigou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a cancelar um importante discurso sobre a Europa.

A falta de informações precisas sobre os acontecimentos aumenta o temor pela vida dos reféns. Autoridades argelinas afirmaram que o ataque deixou mortos, porém, sem especificar o número. Uma fonte de segurança apontou que 18 islamitas morreram. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, indicou que vários reféns morreram, sem informar um número aproximado ou a nacionalidade das vítimas. Um porta-voz dos islamitas, citado pela agência de notícias da Mauritânia ANI, informou na quinta-feira que a operação provocou a morte de 50 pessoas, entre elas 34 reféns e 15 sequestradores. Mas a fonte dos serviços de segurança da Argélia julgou este balanço fantasioso. Informações dos meios de comunicação argelinos afirmaram que quase 600 dos resgatados eram funcionários argelinos e que apenas alguns deles pertenciam ao grupo de 41 estrangeiros capturados.

O ministro irlandês das Relações Exteriores, Eamon Gilmore, indicou, citando um dos reféns que conseguiu fugir, que eles colocaram cinturões de explosivos quando o exército argelino lançou a operação. O comando se apoderou do campo de exploração na quarta-feira, alegando uma ação de represália pela decisão argelina de deixar que os aviões franceses sobrevoassem seu espaço aéreo para lançar uma operação contra os islamitas no vizinho Mali.

O chefe do grupo que capturou os reféns, Abu al-Baraa, exigiu que "o exército argelino se retire da área para permitir negociações", em declarações ao canal de televisão Al-Jazeera. No entanto, a Argélia insistiu que não negociará com terroristas. Países ocidentais criticam a ação e alegam que não foram advertidos da operação.

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