Oposição cubana denuncia 150 detenções antes da visita do Papa

Oposição cubana denuncia 150 detenções antes da visita do Papa

Governo pretende impedir protestos durante passagem de Bento XVI

AFP

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Um grupo opositor cubano denunciou nesta segunda-feira que pelo menos 150 dissidentes foram detidos nos últimos dias para impedir que protestem durante a visita do papa Bento XVI, anunciou o presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Elizardo Sánchez. Segundo o líder, "um número parecido foi proibido de sair de suas casas ou de assistir às missas ou recepções do papa nos lugares que ele percorrerá”. Embora seja ilegal, a Comissão é tolerada pelo governo comunista.

Em visita até quarta-feira na ilha, Bento XVI vai celebrar duas missas campais, em Santiago de Cuba e Havana. O Vaticano descartou um encontro do pontífice com opositores, que o governo considera "mercenários" dos Estados Unidos. As autoridades cubanas não informaram sobre as prisões, mas alertaram no começo de março que não admitiriam protestos durante a visita e nas convocações pelos bairros para assistir às missas, também pediram para que os cubanos não carreguem cartazes políticos nem gritem palavras de ordem.

Em Cuba, a Igreja Católica é minoritária, mas, na ausência de qualquer oposição legal, exerce o papel de interlocutora privilegiada frente ao regime comunista. No domingo, Sánchez já havia denunciado a prisão de 70 opositores em Santiago de Cuba, primeira escala do papa na ilha.

O ex-preso político José Daniel Ferrer disse em Santiago de Cuba que as operações policiais no leste da ilha começaram "na terça-feira passada". "O governo quer ter um controle total do ambiente em torno redor das missas (do papa)", contou Ferrer.

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