Opositor Capriles é proibido de exercer cargos públicos na Venezuela

Opositor Capriles é proibido de exercer cargos públicos na Venezuela

Sanção foi dada por "irregularidades administrativas" durante sua gestão como governador de Miranda

AFP

Líder opositor não poderá ser candidato à presidência da Venezuela em 2018

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O líder opositor Henrique Capriles foi inabilitado para exercer cargos públicos durante os próximos 15 anos, o que o impedirá de ser candidato à presidência da Venezuela em 2018, segundo decisão da Controladoria revelada pelo próprio dirigente nesta sexta-feira. O controlador Manuel Galindo "impôs a sanção de inabilitação para o exercício de funções públicas por um período de quinze anos, contado a partir da data de execução da citada resolução", assinalada o documento. O político poderá recorrer.

A sanção corresponde a "irregularidades administrativas" durante a gestão de Capriles entre 2011 e 2013 como governador de Miranda, no norte do país. Capriles, que perdeu a eleição de 2013 para o atual presidente, Nicolás Maduro, reagiu com indignação: "Aqui o único que está inabilitado é Nicolás Maduro. Metam sua inabilitação onde o sol não lhes bate". "Se a ditadura berra, é sinal que estamos indo bem, que estamos avançando", acrescentou o governador. "O governo não quer eleições, principalmente eleições livres".

"Para ninguém é segredo minha aspiração de dirigir este país, mas além de uma aspiração, trata-se do que o povo quer. Temos que mudar este país, isto ficou intolerável. Aqui há gente morrendo de fome", bradou o opositor. "Hoje me declaro em campanha, não como candidato, mas como pessoa, para percorrer todas as cidades deste país".

Segundo Capriles, sua inabilitação causou mal-estar inclusive dentro das Forças Armadas. "Lhes disse que Maduro tem é medo de que eu seja seu novo comandante, mas não se preocupem, cedo ou tarde vocês terão um novo", projetou.

Maduro declarou nesta sexta-feira que o país deve se concentrar na recuperação econômica e não na "Capriloca" (como chama Capriles) ou na Organização dos Estados Americanos (OEA), que há alguns dias declarou que a Venezuela atravessa "uma grave alteração institucional". A apelação pode ser apresentada na Controladoria, no prazo de 15 dias, ou ao Supremo Tribunal de Justiça, nos próximos seis meses.  Os dois órgãos são apontados pela oposição como escritórios de Maduro.

Advogado de 44 anos, Capriles teve um papel fundamental nos protestos desta semana contra o governo. Na quinta-feira, liderou a passeata em direção ao bastião do chavismo no centro de Caracas, reprimida com violência pela polícia e a Guarda Nacional. "A inabilitação tem apenas um objetivo: a ditadura quer eleger sua oposição. Vamos deixar? Não! Amanhã seguimos", disse o vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, sobre os protestos convocados para este sábado.

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