Opositor russo Navalny morre na prisão

Opositor russo Navalny morre na prisão

Causas do óbito são investigadas

AFP

Opositor russo morreu

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Alexei Navalny, opositor russo e principal adversário do Kremlin, morreu nesta sexta-feira (17) na prisão do Ártico em que cumpria uma pena de 19 anos de prisão, informou o serviço penitenciário.

"Em 16 de fevereiro de 2024, no centro penitenciário N°3, o prisioneiro Navalny A.A. passou mal após uma caminhada (...) as causas da morte estão sendo determinadas", afirmou o serviço penitenciário da região ártica de Yamal em um comunicado.

A equipe de Navalny afirmou que não tem a confirmação de sua morte e que um advogado está a caminho da colônia penitenciária do Ártico, onde o serviço penitenciário indicou que ele morreu.

"Ainda não temos uma confirmação", declarou nas redes sociais a porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, acrescentando que "o advogado de Alexei está agora a caminho de Kharp", a cidade do Ártico onde está o presídio. "Quando tivermos alguma informação, informaremos", afirmou.

O porta-voz russo Dmitry Peskov relatou que o presidente Vladimir Putin foi informado da morte de Navalny.

Segundo informações da rede de notícias norte-americana CNN, quatro meses antes da sua morte, os advogados de Navalny disseram que perderam o contato com o cliente. A equipe de defesa acreditava que ele estava preso em uma colônia penal que fica a 150 quilômetros a Leste de Moscou. À época, a Casa Branca se manifestou, relatando que estava muito preocupada com os relatos de desaparecimento de Navalny.

Em dezembro do ano passado, Navalny não esteve presente em diversas audiências. Seus advogados chegaram a afirmar que ele ficou desaparecido por 17 dias. “Navalny nunca ficou tanto tempo escondido”, disseram seus representantes no Telegram.

Exposto ao Novichok

Navalny ficou conhecido e chegou às manchetes dos principais jornais do mundo depois de ter sido exposto a um agente nervoso Novichok em 2020. O opositor sempre protagonizou discussões com o governo russo ao expor corrupção em altos cargos da administração de Vladimir Putin.

Em 2021, Navalny retornou para a Rússia, vindo da Alemanha, onde estava sendo tratado após a exposição ao veneno. Durante o seu retorno, ele teve lidar com acusações e prisões por motivações política. Desde então, estava preso sob os cuidados do governo russo.

Nalvany foi sentenciado a 19 anos na prisão em agosto do ano passado, depois de ser considerado culpado por criar uma comunidade extremista, financiar ativistas classificados como extremistas e outros crimes. Ele já estava cumprindo sentença de 11 anos e seis meses em uma prisão de segurança máxima por conta de fraude e outras acusações que ele negava.

Manifestações

Nas últimas audiências e nas últimas mensagens publicadas em suas redes sociais por meio dos advogados, Navalny não deixou de criticar Putin, que descreveu como um "avô escondido em um bunker", já que o presidente russo pouco aparece em público.

No processo por "extremismo", ele criticou a "guerra mais estúpida e mais insensata do século XXI", ao falar sobre ofensiva russa na Ucrânia.

Nas mensagens divulgadas nas redes sociais, ele ironizava as humilhações que sofria nas mãos dos agentes penitenciários.

No dia 1º de fevereiro, sua equipe publicou uma mensagem na qual convocava uma manifestação na Rússia para as eleições presidenciais de 15 a 17 de março, que provavelmente conduzirão Putin a um novo mandato.

A vitória do presidente russo parece um fato consumado, já que os rivais, dos quais Navalny era o de maior destaque, estão presos ou no exílio. E a repressão aumentou desde o início da ofensiva de Moscou contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

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