Opositor Umaro Sissoco Embalo vence eleições na Guiné Bissau

Opositor Umaro Sissoco Embalo vence eleições na Guiné Bissau

ONU parabenizou as autoridades eleitorais pelo processo

AFP

Eleitores comemoram nas ruas de Guiné-Bissau

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O candidato do partido de oposição da Guiné Bissau, o ex-primeiro-ministro Umaro Sissoco Embalo, foi eleito presidente deste pequeno país da África ocidental com 53,55% dos votos no segundo turno das presidenciais. Aos 47 anos, ele conseguiu compensar os 12 pontos que seu adversário - o também ex-primeiro-ministro e presidente do maior partido do país, o PAIGC, Domingos Simoes Pereira, obteve 46,45% dos votos - tinha de vantagem no primeiro turno.

"Os resultados provisórios que foram proclamados estão cheios de irregularidades, nulidades e manipulações, que (constituem) uma fraude eleitoral. Não podemos aceitar esse resultado", disse Pereira aos seguidores, na sede de seu partido. "Traremos todas as evidências que mostram que os resultados foram alterados" a favor da Embalo, acrescentou o chefe do PAIGC, anunciando um "pedido de anulação" após consulta com seus consultores jurídicos.

Enquanto isso, os apoiadores de Embalo invadiram o centro da capital, Bissau, improvisando instrumentos com panelas, chifres e latas, cantando e dançando e carregando uma kufiyya vermelho e branca gigante - lenço típico de Embalo. "Serei presidente da concórdia nacional. A euforia da campanha acabou. Preciso que todos criem uma nova Guiné Bissau", disse Sissoco Embalo, do partido MADEM - dissidente do PAIGC -, na sede de seu partido.

A ONU parabenizou as autoridades eleitorais pelo processo e pediu que "todos os militantes continuem mostrando moderação durante o período pós-eleitoral", em um comunicado divulgado quarta-feira por seu chefe na África Ocidental e no Sahel, Mohamed Ibn Chambas. "As eleições foram bem desenvolvidas. Um candidato venceu. Ele terá muitas responsabilidades nestes tempos difíceis que a Guiné-Bissau está passando", disse à AFP Elisa Pinto, observadora de uma rede de organizações da sociedade civil.

A participação foi de 72,67%, quase idêntica à do primeiro turno, em 24 de novembro, segundo a CNE. A Guiné-Bissau, um pequeno país de 1,8 milhão de habitantes, está em crise há quatro anos devido a divergências entre o PAIGC e o presidente José Mario Vaz. Desde a sua independência, sofreu golpes frequentes, o último em 2012, liderado por um exército que há muito se dedica à vida política e está ligado ao tráfico de cocaína da América Latina. No entanto, o chefe de gabinete, general Biague Na Ntam, disse que os militares permanecerão no quartel desta vez.


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