"Organizei sozinho minha partida do Japão", diz Carlos Ghosn

"Organizei sozinho minha partida do Japão", diz Carlos Ghosn

Ex-CEO da aliança Renault-Nissan emitiu um comunicado à imprensa após fuga em direção ao Líbano

AFP

Carlos Ghosn deixou o Japão e foi para o Líbano

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O ex-chefe da Renault-Nissan Carlos Ghosn afirmou nesta quinta-feira que organizou "sozinho" sua partida do Japão, onde é processado por peculato financeiro, em direção ao Líbano, negando qualquer implicação de sua família. "As alegações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão são falsas e mentirosas. Fui eu quem organizou minha partida. Minha família não teve nenhum papel", garantiu Ghosn em um breve comunicado de imprensa recebido pela AFP.

Ghosn, que chegou a ser o empresário mais bem pago no Japão, foi preso no final de 2018. Ele é alvo de quatro acusações no país: duas por sonegação fiscal, por não declarar seus reais rendimentos às autoridades da Bolsa, e outras duas por quebra de confiança agravada.

Fuga

Autoridades turcas prenderam sete pessoas suspeitas de ajudar o ex-CEO da aliança Renault-Nissan a chegar ao Líbano a partir de Istambul, após sua fuga do Japão, onde seria julgado. De acordo com a agência de notícias DHA, a polícia prendeu quatro pilotos, dois funcionários que trabalham em solo e o chefe de uma companhia aérea de voos fretados sob suspeita de auxiliar Ghosn a viajar para o Líbano. 

O Ministério do Interior iniciou uma investigação para determinar as condições, nas quais Ghosn conseguiu transitar pela capital econômica da Turquia, noticiou o canal NTV. Por volta das 5h15 da manhã de segunda-feira (23h15 de domingo no horário de Brasília), um jato particular, com matrícula TC-TSR procedente de Osaka, no Japão, pousou no aeroporto de Atatürk.

Segundo a DHA, os investigadores apreenderam o registro das conversas entre o piloto da segunda aeronave e a torre de controle. "Destino Beirute", disse o piloto na gravação, segundo a agência de notícias turca. 

Após passar 130 dias na prisão, a fuga de Ghosn do Japão representou uma mudança espetacular no caso que envolve um dos principais executivos da indústria automobilística. 

O executivo é acusado de fraude financeira e estava sob detenção domiciliar. A suspeita é de que Ghosn tenha embarcado em um jato particular no aeroporto de Kansai. Um avião deste tipo decolou em 29 de dezembro às 23h (horário do Japão) com destino a Istambul, segundo a imprensa japonesa. O jornal turco "Hürriyet" informou que Ghosn pousou no aeroporto Atatürk e partiu deste terminal para o Líbano, pouco tempo depois, em outro jato. 


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