Otan discute formas de acelerar entrega de armas à Ucrânia

Otan discute formas de acelerar entrega de armas à Ucrânia

O secretário-geral da entidade Jens Stoltenberg afirmou que assunto é prioridade

AFP

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Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) discutiram nesta terça-feira (14) formas de acelerar o fornecimento de armas e munições à Ucrânia, ao mesmo tempo que devem analisar o pedido de Kiev por caças para resistir à ofensiva da Rússia.

Ao chegar para a reunião do Grupo de Contato sobre a Ucrânia (conhecido como 'Grupo Ramstein'), o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que é prioridade oferecer aos ucranianos os recursos para que possam prosseguir com sua defesa. "A prioridade, a urgência, é abastecer os ucranianos com as armas que prometemos para que possam manter a capacidade de defesa", afirmou Stoltenberg.

O secretário de Defensa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, declarou que o bloco proporcionará aos ucranianos os meios para resistir e avançar em uma contraofensiva na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil).

Ele insistiu na artilharia, defesa antiaérea e veículos blindados, mas não mencionou os caças. Todas as decisões sobre a entrega de armas à Ucrânia são tomadas por este grupo, presidido pelos Estados Unidos e com a participação de quase 50 países."Os caças não são o tema mais importante, mas há um debate em curso", disse Stoltenberg.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que todos entendem que a questão da defesa aérea e a questão do reabastecimento de munições são muito mais importantes neste momento do que a discussão sobre aviões de combate. "O treinamento para os caças leva muitos meses", explicou.

Na segunda-feira Stoltenberg admitiu que a Ucrânia está utilizando atualmente uma quantidade de munições superior à capacidade de produção da Otan. Ele advertiu que é necessário fortalecer os contratos com as indústrias de armas.

Pistorius anunciou que a indústria alemã pretende reforçar uma linha de produção de munições específicas para sistemas de defesa antiaérea Guepard.

De acordo com a imprensa alemã, os contratos, já assinados, permitiriam a entrega de 300.000 munições à Ucrânia a partir de julho.

O ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, que está em Bruxelas, insistiu no Twitter sobre a necessidade de assegurar estoques suficientes de munições e peças de manutenção de equipamentos.

Discussão delicada 

A Ucrânia, no entanto, também pede acesso a caças e mísseis de longo alcance. Mas o medo de ser arrastado para um conflito de alcance imprevisível atua como um bloqueio para muitos aliados. "Nenhuma decisão é esperada nesta terça-feira sobre caças", garantiram várias delegações.

O presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu em Paris na semana passada o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e depois do encontro afirmou que a prioridade deveriam ser as entregas das armas já prometidas.

Para os aliados europeus da Otan, o fluxo de munições para o armamento fornecido aos ucranianos se tornou uma prioridade problemática. Para Stoltenberg, esta é uma "guerra de desgaste e uma batalha logística".

Ele acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está "preparando uma nova ofensiva, novos ataques. Portanto, devemos continuar fornecendo o que a Ucrânia precisa para vencer".

O fato de a Ucrânia estar utilizando mais munições do que a Otan pode produzir "está esgotando nossas reservas e pressionando nossas indústrias de defesa", admitiu Stoltenberg.

Em uma reunião de cúpula dos líderes europeus na semana passada em Bruxelas, a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, sugeriu que os países do bloco adotem um mecanismo similar ao criado para a compra de vacinas durante a pandemia de covid, com gastos comuns.

 


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