Países ampliam alertas em escalada dos temores por ataque do Irã a Israel

Países ampliam alertas em escalada dos temores por ataque do Irã a Israel

EUA, Austrália, Reino Unido, França e Alemanha aguardam resposta iraniana para bombardeio israelense, em breve

Estadão Conteúdo

Bombardeio em Damasco matou membros da Guarda Iraniana

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A expectativas escalaram, nesta sexta-feira, quanto à possibilidade de um ataque do Irã a Israel. Governos de EUA, Austrália, Reino Unido, França e Alemanha colocaram em alerta embaixadas, consulados e turistas para uma resposta ao bombardeio israelense que destruiu o prédio da missão diplomática de Teerã em Damasco, em abril, matando 12 pessoas, incluindo generais da Guarda Revolucionária iraniana.

A embaixada norte-americana em Israel restringiu viagens de seus diplomatas no país. Reino Unido, Canadá, Índia e Austrália emitiram alertas de viagem e a França pediu que seus cidadãos evitem os territórios de Israel, Irã e Líbano. A companhia aérea alemã Lufthansa suspendeu seus voos de e para Teerã. A British Airways e a Air France anunciaram que seus voos seriam desviados do espaço aéreo iraniano. "A ameaça do Irã é crível", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.

Israel está em alerta máximo para um possível ataque do Irã nos próximos dias. À CBS News, um oficial norte-americano afirmou que uma grande ofensiva era esperada "a qualquer momento", embora ele tenha afirmado que ainda havia chance de o Irã não atacar.

Segundo a imprensa dos EUA, os iranianos estariam preparando um ataque direto contra o sul ou o norte de Israel. O presidente, Joe Biden, disse acreditar que o ataque será "em breve"

Segundo o Wall Street Journal, o governo iraniano afirmou que os planos ainda estavam sendo discutidos. Um ataque direto a Israel com mísseis de médio alcance havia sido apresentado como alternativa ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, mas não havia uma decisão final.

Reforços

Questionado sobre uma mensagem que gostaria de transmitir ao Irã, Biden respondeu: "Não o faça! Ajudaremos Israel a se defender e o Irã vai fracassar". Os EUA anunciaram o envio de reforços ao Oriente Médio e pediram para que a China use a sua influência com Teerã para evitar uma guerra regional.

O chanceler chinês, Wang Yi, pediu para os EUA assumirem "um papel construtivo" no Oriente Médio durante uma ligação com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, segundo um comunicado dos EUA.

Israel tem estado em alerta desde que lançou o ataque em Damasco e avaliações de inteligência indicam uma retaliação iraniana. Em discurso na quarta-feira, durante celebração do Eid al-Fitr, feriado que encerra o mês sagrado do Ramadã, o líder supremo do Irã disse que o ataque israelense a uma representação diplomática iraniana atingiu o território do país.

O chanceler israelense, Israel Katz, respondeu à provocação e afirmou que, caso seu país fosse atacado pelo Irã, ele responderia com um ataque em solo iraniano. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que Israel e EUA estão "lado a lado" frente à ameaça do Irã. A declaração foi feita após uma conversa com o chefe do Comando Central do Exército americano, Michael Kurilla.

Israel trava há seis meses uma guerra contra o Hamas, que é apoiado pelo Irã. O governo israelense também troca escaramuças com a milícia radical xiita Hezbollah no norte de Israel. O grupo xiita libanês tem uma relação próxima com Teerã.

Nos últimos anos, Israel tem atacado infraestrutura iraniana na Síria para reduzir a capacidade do Irã de transportar armamentos por terra e ar para mais perto das fronteiras israelenses. Os houthis, no Iêmen, também são aliados dos iranianos. Eles vêm fustigando navios mercantes no Mar Vermelho e lançando foguetes e drones contra Israel.


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