Países da UE chegam a acordo sobre condições trabalhistas em plataformas digitais

Países da UE chegam a acordo sobre condições trabalhistas em plataformas digitais

Bloco espera beneficiar mais de 28,5 milhões que trabalham através de plataformas digitais

AFP

Texto "cria ainda mais incerteza jurídica para os motoristas de aplicativo”, disse Aurelien Pozzana, presidente da Move EU

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Os países da União Europeia chegaram a um acordo político sobre a lei para regulamentar as condições de trabalho nas plataformas digitais, anunciou nesta segunda-feira, 11, a Bélgica, que detém a presidência semestral do bloco.

"Melhores condições de trabalho para quem entrega comida em casa! (...) Isso vai melhorar os direitos e as condições de mais de 28,5 milhões de europeus que trabalham na economia das plataformas digitais”, informou a delegação belga na rede social X.

Essa é uma discussão que a UE iniciou em 2021 em busca de regulamentar a multiplicação de opções de trabalho em plataformas independentes, seja de transporte de passageiros ou de entregas de comida. Em dezembro do ano passado, as partes anunciaram a iminência de um acordo, mas um grupo de países apresentou objeções. Em fevereiro, um acordo chegou a ser anunciado, mas o texto foi desvirtuado quase que por completo para chegar a um terreno comum e foi novamente vetado.

O caso voltou à agenda de uma reunião nesta segunda-feira dos ministros do Trabalho e Emprego da UE, e finalmente, as partes selaram o acordo. Em dezembro, as partes haviam concordado com um grupo de critérios para garantir aos trabalhadores benefícios mínimos como licença por doença. O acordo alcançado nesta segunda, no entanto, eliminou os critérios para deixar cada país determinar uma classificação dos trabalhadores.

A Move EU, uma associação europeia de plataformas de transporte que representa empresas como a Uber e Bolt, expressou seu descontentamento com o acordo anunciado nesta segunda. "Esse texto, embora suponha uma melhora em relação a versões anteriores, não consegue chegar a um enfoque harmonizado em toda a UE, o que cria ainda mais incerteza jurídica para os motoristas de aplicativo”, disse Aurelien Pozzana, presidente da entidade.

Por sua vez, a Uber pediu aos Estados da UE que introduzam leis de alcance nacional. 'A Uber agora pede aos países da UE que introduzam leis nacionais que forneçam aos trabalhadores de plataformas a proteção que merecem mantendo ao mesmo tempo a independência que preferem', apontou a empresa.

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