Pacientes estão nas ruas "sem atendimento médico", diz funcionário palestino

Pacientes estão nas ruas "sem atendimento médico", diz funcionário palestino

Dois hospitais pediátricos sofreram evacuação forçada, de acordo com chefe dos hospitais de Gaza

AFP

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Nas ruas da Faixa de Gaza, há pacientes "sem cuidados médicos", após as "evacuações forçadas" de dois hospitais pediátricos, disse neste domingo (12) o chefe dos hospitais do território palestino, governado pelo Hamas, Mohamed Zaqut.

"As evacuações forçadas dos hospitais pediátricos Al Nasser e Al Rantisi deixaram pessoas doentes nas ruas sem cuidados médicos" na cidade de Gaza, relatou Zaqut. "Perdemos completamente o contato com o pessoal de saúde" desses dois hospitais, acrescentou.

Mais cedo, o Exército israelense afirmou que seus soldados "abriram e garantiram uma passagem para permitir que a população civil deixe, a pé e de ambulância, os hospitais Al Shifa, Al Rantisi e Al Nasser".

Segundo Zaqut, a situação em Al Shifa, o maior complexo hospitalar da Faixa de Gaza, é "catastrófica". "Ninguém pode entrar ou sair dele", afirmou. "Temos de salvar os bebês prematuros", pediu.

Duas das 39 crianças, cujas incubadoras pararam de funcionar em Al Shifa, morreram, segundo médicos e ONGs. No sábado, Israel havia anunciado que seus soldados ajudariam, hoje, na retirada de bebês recém-nascidos.

Segundo a diretora da ONG Medical Aid for Palestinians (MAP), Melanie Ward, "as ambulâncias não têm acesso ao hospital, especialmente aquelas que têm o equipamento necessário para transportar esses bebês, e nenhum hospital tem capacidade para recebê-los, de modo que não temos indícios de que esses traslados possam ser realizados de maneira segura".

Há vários dias, os responsáveis pelo Al Shifa advertem que dezenas de corpos foram abandonados perto do hospital e em seu pátio. Por telefone, um paramédico desse estabelecimento disse à AFP que as ambulâncias foram atacadas por franco-atiradores.

"Pedimos para poder enterrar os corpos, mas qualquer pessoa que saia para o pátio do hospital Al Shifa leva um tiro", disse Zaqut.

O último balanço do número de mortos na Faixa de Gaza, divulgado na sexta-feira, é de mais de 11.000 desde o início da guerra desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas a Israel, que matou 1.200 pessoas.


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