Palestinos rejeitam prolongar negociações de paz com Israel após abril

Palestinos rejeitam prolongar negociações de paz com Israel após abril

O processo de paz promovido pelo americano John Kerry enfrenta dificuldades

AFP

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Os palestinos se negam a prolongar as negociações de paz com Israel para além da data limite de abril,
declarou nesta quinta-feira o chefe dos negociadores, Saeb Erakat, num momento em que o processo de paz promovido pelo americano John Kerry enfrenta dificuldades. "Não serve de nada prolongar as negociações, nem mesmo uma hora, se Israel continuar depreciando o direito internacional", afirmou Erakat.

Erakat fez esta declaração em resposta ao secretário americano de Estado, John Kerry, que afirmou que o diálogo entre as duas partes pode continuar para além dos nove meses estipulados. "Se houvesse um sócio sincero não teríamos precisado nem mesmo de nove horas para alcançar um acordo", considerou o negociador palestino.
"Mas não há um sócio em Israel comprometido com uma paz verdadeira ou com o direito internacional", acrescentou.

Os líderes israelenses querem prolongar as negociações para além de 29 de abril, fixada como data limite.
Em sua última viagem ao Oriente Médio, em janeiro, Kerry apresentou um projeto de acordo com as linhas gerais de uma solução definitiva em torno dos temas do chamado "status final": as fronteiras, as colônias, a segurança, o status de Jerusalém e os refugiados palestinos.

Kerry se reuniu na semana passada em Paris com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que constatou na sexta-feira o fracasso até agora da diplomacia americana para definir um acordo. As ideias apresentadas pelo norte-americano a Abbas são inaceitáveis e não podem "servir de base a um acordo" com Israel, afirmou um funcionário palestino, em especial no que diz respeito à "exigência de um reconhecimento do caráter judeu do Estado de Israel como Estado nação judeu".

Os palestinos consideram que isso significaria renunciar sem nada em troca ao direito de retorno dos refugiados, assim como a sua própria história. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que deve ser recebido na segunda-feira pelo presidente Barack Obama na Casa Branca, fez este reconhecimento de Israel como "Estado nação do povo judeu", elemento chave de um acordo de paz.


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