Papa celebra missa para 100 mil pessoas antes de encontro com rohingyas

Papa celebra missa para 100 mil pessoas antes de encontro com rohingyas

Bangladesh registrou vários ataques jihadistas contra minorias religiosas, incluindo os cristãos, nos últimos anos

AFP

Papa celebra missa para 100.000 pessoas antes de encontro com rohingyas

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O papa Francisco celebrou uma missa nesta sexta-feira para 100 mil católicos em Bangladesh, antes de um encontro aguardado com refugiados rohingyas que fugiram da onda de violência contra esta minoria muçulmana em Mianmar.
O pontífice de 80 anos chegou às 10H00 locais a um parque de Dacca para a missa. Dezenas de milhares de pessoas, procedentes de várias regiões do país, formaram uma longa fila durante várias horas para entrar no local.

As autoridades adotaram medidas de segurança para o evento. Bangladesh registrou vários ataques jihadistas contra minorias religiosas, incluindo os cristãos, nos últimos anos. Em um país majoritariamente muçulmano, os cristãos expressam preocupação com seu futuro ante o avanço do extremismo islâmico. Francisco, à frente de 1,3 bilhão de católicos no mundo, busca estimular as pequenas Igrejas das "periferias do planeta". Durante a missa, ordenou 16 novos padres em Bangladesh, um país que tem menos de 400 sacerdotes.

Após a missa, o pontífice se reuniria com líderes de outras religiões. Farid Uddin Masud, um importante clérigo muçulmano, espera que o papa aborde o tema dos rohingyas. Francisco também se reunirá com 16 refugiados rohingyas, que viajaram de seu campo de deslocados até a capital. A delegação inclui duas crianças.  Em seu primeiro dia em Dacca, a capital de Bangladesh, Francisco pediu "medidas eficazes" para ajudar os rohingyas.

Mais de 620.000 pessoas desta minoria muçulmana apátrida entraram em Bangladesh desde o fim de agosto. Eles tentam escapar da violência do exército de Mianmar, que a ONU chamou de "limpeza étnica". Os refugiados vivem na miséria, em acampamentos do tamanho de cidades, onde sua sobrevivência depende da distribuição de alimentos.  Francisco chegou na quinta-feira a Bangladesh, procedente de Mianmar, onde evitou usar o termo rohingyas e pediu o respeito a "todos os grupos étnico" e para "superar todas as formas de incompreensão, de intolerância, de preconceito e de ódio".

Em Bangladesh, o pontífice também evitou a palavra rohingya e falou dos "refugiados que chegam em massa do estado de Rakhine", a região birmanesa em que vive a minoria. Em seu discurso também elogiou o país pela recepção dos refugiados, destacando seu sacrifício e "espírito de generosidade e solidariedade" de seu povo. A crise humanitária, uma das mais graves no século XXI, é o pano de fundo da visita do papa. Bangladesh, que tem uma população de 160 milhões de pessoas, é um dos países mais pobres do mundo e um dos mais expostos às mudanças climática.

Para a minúscula comunidade de 380.000 católicos bengaleses, a visita papal, a primeira desde a realizada por João Paulo II em 1986, é motivo de orgulho. Desde 2015, pelo menos três cristãos morreram em ataques atribuídos a extremistas muçulmanos.

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