Papa Francisco celebra primeira Sexta-Feira Santa do pontificado

Papa Francisco celebra primeira Sexta-Feira Santa do pontificado

Pontífice ouviu pedido para que conduza a Igreja com "simplicidade"

AFP

Papa Francisco celebrou primeira Sexta-Feira Santa

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O Papa Francisco celebrou a primeira Sexta-Feira Santa de seu pontificado na Basílica de São Pedro, no Vaticano. O pontífice beijou o Cristo crucificado, que foi levado a ele, colocando suavemente a sua mão sobre a face de Jesus. O pregador da Casa Pontifical, o padre Raniero Cantalamessa, comparou a Igreja Católica a um "edifício antigo" e pediu que Francisco a "conduza à simplicidade e à linearidade de suas origens". 

Vestido com a casula vermelha com as cores da Paixão, Francisco ouviu atentamente Cantalamessa, que declarou que esta missão havia sido confiada por Deus no século XIII a São Francisco de Assis, que teve seu nome retomado pelo 266º pontífice da Igreja Católica: "Vá e reforme a minha casa".

"No decorrer dos séculos, para se adaptar às exigências do momento, os velhos edifícios foram enchidos de divisões, de escadas, de salas". Mas as "adaptações" que se sucederam "não correspondem mais às exigências. É preciso ter a coragem de pôr tudo isso abaixo", disse. Ele enumerou os obstáculos ao anúncio do Evangelho: "Os muros divisores (...), o excesso de burocracia, os restos de aparatos, leis e controvérsias passadas, que se tornaram simples detritos".

Não se descarta que o primeiro Papa latino-americano carregue a cruz em alguma das 14 estações da Via Sacra que coroará as atividades desta Sexta-Feira Santa no Coliseu romano. Este talvez seja um dos poucos atos da Semana Santa deste ano que leva a marca de seu antecessor, Bento XVI.

Trata-se de uma forma de destacar o drama vivido no Oriente Médio, com a guerra da Síria, mas também a difícil coexistência entre muçulmanos e cristãos, o crescimento do islã e a fuga de muitos cristãos da região diante da perseguição que sofrem, em particular no Egito.

A mensagem destas meditações encarregadas pelo agora Papa Emérito podem se centrar na defesa da vida, ameaçada por guerras, intolerância, opressão e também, segundo a Igreja, pelas leis (aborto, eutanásia) que não defendem suficientemente os direitos dos mais pobres. Conceitos que Francisco, que constantemente se declara a favor da "proteção", assume plenamente.



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