Papa Francisco passará por cirurgia de emergência por risco de obstrução intestinal

Papa Francisco passará por cirurgia de emergência por risco de obstrução intestinal

Pontífice ficará vários dias hospitalizado por conta laparocele

AE

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O papa Francisco, de 86 anos, será operado em caráter de emergência e sob anestesia geral nesta quarta-feira, 7, à tarde em Roma, devido ao risco de obstrução intestinal, anunciou o Vaticano. A intervenção cirúrgica é "necessária" por causa do agravamento dos sintomas apresentados pelo sumo pontífice, informou sua equipe médica, e exigirá "vários dias" de hospitalização, informa comunicado divulgado pelo diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

"A operação", diz a nota, "agendada nos últimos dias pela equipe médica que assiste o Santo Padre, tornou-se necessária devido a uma laparocele (hérnia que se forma sobre uma cicatriz), que está causando síndromes suboclusivas recorrentes, dolorosas e agravadas. A permanência na unidade de saúde durará vários dias para permitir o curso normal do pós-operatório e a recuperação funcional completa".

Segundo a agência Vatican News, Francisco já havia realizado alguns exames clínicos na manhã desta terça-feira, 6, no Hospital Agostino Gemelli, em Roma. O check-up durou menos de uma hora e antes do meio-dia, Francisco já havia retornado à sua residência em Santa Marta.

Na manhã desta quarta, o papa realizou sua audiência geral habitual, na qual venerou as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, santa da qual ele é particularmente devoto, colocando uma rosa branca diante da urna. No final da audiência, ele parou, como de costume, para cumprimentar os fiéis e os recém-casados, deixando o local pouco antes das 11h (pelo horário local).

Outras intervenções médicas

No dia 29 de março deste ano, há pouco mais de dois meses, o papa passou três dias internado no Hospital Agostino Gemelli. Na ocasião, o sumo pontífice teve alta médica no dia 1º de abril. Inicialmente, o Vaticano disse que o papa havia feito exames agendados, mas Francisco revelou mais tarde que sentiu dores no peito e foi levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com bronquite infecciosa. Ele recebeu tratamento antibiótico. Na saída do hospital, brincou com os jornalistas: "Ainda estou vivo, não tive medo."

Em 2021, o papa foi submetido a uma intervenção cirúrgica devido a uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso comum em pessoas acima de 50 anos, segundo informou, na época, o Vaticano. Na ocasião, Francisco reconheceu que esta intervenção deixou sequelas devido à anestesia, razão pela qual desistiu da cirurgia no joelho.

Segundo especialistas no aparelho digestivo, o objetivo deste tipo de cirurgia é reduzir os problemas causados pelos divertículos, que são pequenas hérnias na parede do cólon com um amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo hemorragia, inflamações (diverticulites) e as complicações associadas.

O papa argentino também teve parte de um pulmão removido quando era jovem, em razão de uma infecção provocada por uma doença respiratória. Francisco também sofre de dor no nervo ciático e usa cadeira de rodas e andador há mais de um ano por causa de ligamentos tensos no joelho.


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