Partido Socialista lidera eleições legislativas em Portugal

O Partido Socialista (PS), do primeiro-ministro Antônio Costa, obtém a maioria dos votos e deve seguir no governo de Portugal mais quatro anos, de acordo com projeções feitas pela ICS/ISCTE/GfK Metris, divulgada pela rede de televisão SIC. Apontado como favorito nas pesquisas, o ex-prefeito de Lisboa teria conquistado entre 100 e 117 assentos, o que corresponde a entre 34 e 40% dos votos, enquanto a maioria absoluta no Parlamento é de 116 assentos. Já o principal partido de oposição, o Social Democrata, tem entre 24% e 28%. 

O Bloco de Esquerda teria de 9% a 12%, o Partido Comunista Português, de 5% a 7%, e os Democratas-Cristãos, entre 2,4 e 5%. A Universidade Católica (RTP) aponta para a possibilidade de o Iniciativa Liberal eleger entre até dois representantes, prevê um para o Livre e dá a possibilidade de o Chega eleger um deputado. Conforme as projeções, o PS provavelmente terá de formar nova aliança com o Bloco e os comunistas – que, apesar da coalizão informal, não posssuem representantes no governo e fazem oposição à esquerda – para atingir a maioria e formar governo.

Os resultados mostram que o país um dos únicos casos na Europa em que os socialistas governam e onde a extrema-direita não ganha espaço.O representa ideólogico luso, o Partido na Renovação Nacional, não deve eleger nenhum deputado. A pesquisa também apontou um índice de abstenção entre 47,5% e 51,5%, o que seria um recorde no país. Nas eleições de 2015, o porcentual chegou a 44,1%. Outros veículos de imprensa portugueses também destacavam a alta abstenção. A rede RTP citou projeções feitas pela Universidade Católica que indicaram taxa entre 44% e 49%. A estimativa da TVI/Pitagórica sugeria abstenção entre 35,4% e 39,4% e a Aximage estimou para o Correio da Manhã abstenção entre 44% e 48%. 

Costa assumiu o poder quatro anos atrás com a promessa de desfazer as medidas de austeridade introduzidas durante a crise financeira, quando Portugal precisou de um resgate internacional. Agora, seu governo estaria pronto para colher os frutos de uma recuperação econômica nos últimos anos. O crescimento passou de 0,2% em 2014 para 2,1% em 2018 e o desemprego caiu cerca de metade, para 6%, durante esse período. "Comigo, os portugueses sabem que não haverá nem radicalismos, nem volta atrás", declarou Costa na sexta-feira. "Cada voto conta, e é necessário um PS forte para garantir mais quatro anos de estabilidade", afirmou, em seu último dia de campanha. Rui Rio parece ter aceito a derrota.