Passa de 150 o número de mortos em tumulto na Coreia do Sul

Passa de 150 o número de mortos em tumulto na Coreia do Sul

Milhares de pessoas ficaram imprensadas em ruas estreitas durante comemoração de Halloween

AFP

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Pelo menos 151 pessoas morreram, incluindo 19 estrangeiros, e dezenas ficaram feridas em um tumulto registrado neste sábado (29), quando milhares de pessoas ficaram imprensadas nas ruas estreitas de um bairro de Seul, capital sul-coreana, enquanto comemoravam o Halloween. A aglomeração e o tumulto ocorreram no popular distrito de Itaewon, aonde a imprensa local reportou que até 100 pessoas foram na noite de sábado, lotando seus becos estreitos e ruas sinuosas.

Testemunhas contaram que as pessoas tentavam sair da aglomeração sufocante subindo umas sobre as outras, enquanto paramédicos, sobrecarregados com o número de vítimas, pediam aos pedestres que os ajudassem a prestar os primeiros socorros. "Tinha tanta gente empurrando que fiquei preso na primeira multidão e a princípio não conseguia sair", relatou à AFP Jeon Ga-eul, de 30 anos. "Sentia que ia acontecer um acidente".

O departamento dos bombeiros informou à AFP que ao menos 151 pessoas, incluindo 19 estrangeiros, morreram no tumulto, ocorrido por volta das 22h locais (10h de Brasília). Choi Seong-beom, o encarregado do departamento dos bombeiros, explicou que "o alto número de vítimas resultou do fato de que muitas foram pisoteadas durante o evento de Halloween". Ele informou que o número de mortos pode aumentar.

Imagens da AFP no local mostravam vários corpos estendidos na rua e cobertos por mantas ou mortalhas improvisadas, enquanto socorristas com coletes alaranjados colocavam os cadáveres em macas para levá-los até as ambulâncias. "As pessoas caíam empilhadas umas sobre as outras como em uma tumba. Algumas perderam a consciência gradativamente e outras pareciam mortas nesse momento", contou uma testemunha à agência de notícias Yonhap.

Não devia ter acontecido

Em entrevista à rede local YTN, Lee Beom-suk, um médico que atendeu as vítimas, descreveu cenas de tragédia e caos. "Quando primeiro tentei socorrer havia duas vítimas estendidas na calçada. Mas o número disparou pouco depois, sobrecarregando os socorristas no local", contou Lee. "Muitos pedestres chegaram para nos ajudar". "É difícil descrever com palavras", acrescentou. "Os rostos de tantas vítimas estavam pálidos. Eu não conseguir sentir seu pulso ou a respiração e muitos tinham o nariz sangrando".

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, declarou neste domingo (noite de sábado no Brasil) que o evento mortal "não devia ter acontecido". "No centro de Seul ocorreu uma tragédia e um desastre que não devia ter acontecido", disse Yoon em mensagem ao país, comprometendo-se a "investigar a fundo" o ocorrido para assegurar que não se repita.

A usuária do Twitter @janelles_story compartilhou um vídeo que, segundo ela, mostra cenas de Itaewon pouco antes do início do tumulto, quando centenas de pessoas fantasiadas aparecem em uma rua estreita, cheia de bares e cafés. A multidão parece tranquila a princípio, mas loco começa uma confusão e as pessoas começam a se empurrar. São ouvidos gritos e suspiros, e uma voz feminina diz em inglês "merda, merda", e depois "meu Deus, meu deus".

Em outras imagens de vídeo é possível ver cerca de 20 corpos cobertos com mantas, enquanto os policiais isolam a área. Enquanto isso, o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, estava na Europa e decidiu voltar à Coreia do Sul, segundo a Yonhap. O presidente americano, Joe Biden, expressou em nota que "estamos em luto com o povo da República da Coreia e enviamos nossos melhores desejos de uma rápida recuperação de todos os que ficaram feridos". Esta é a primeira vez que se comemora o Halloween no país asiático desde o início da pandemia de covid-19, em 2020.


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