"Pensei que a casa iria cair sobre mim", diz estudante no Chile

"Pensei que a casa iria cair sobre mim", diz estudante no Chile

Jovem gaúcha de 25 anos relatou momentos de pânico que viveu em Santiago

Luiz Felipe Mello

Lisandra é natural de Gramado e está há dois anos no Chile

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A estudante gaúcha Lisandra Jung, de 25 anos, que mora em Santiago do Chile há dois anos, relatou nesta quinta-feira momentos de pânico durante o terremoto de 8,3 graus na escala Richter que atingiu o Chile na noite dessa quarta. Em entrevista ao site do Correio do Povo, Lisandra contou que esta foi a primeira experiência com o fenômeno no país, considerado comum entre a população local.

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"O que mais me marcou durante o terremoto foi a sensação de não saber quando isso iria acabar. Pensei que a casa iria cair sobre mim. Não temos como saber a força e o limite do tremor. Ele é imprevisível. Lembro de estar na sala, vendo televisão, quando tudo começou a tremer. No programa que eu assistia, a jornalista estava ao vivo na hora do terremoto", disse.

Natural de Gramado, na Serra, Lisandra relatou que foi "adotada" por uma família chilena e que mora em uma casa no bairro Chicureo, zona Norte de Santiago do Chile. "Naquele momento eu estava sozinha porque todos estavam na praia. Tentei contato telefônico com eles, mas não consegui. Somente mais tarde, através da internet, é que obtive notícias deles. Eles estão bem e agora estão comigo", completou.

A primeira orientação passada a qualquer morador do Chile é que a porta é o lugar mais seguro da casa. No ato de reflexo, Lisandra seguiu para uma das portas de sua casa até o término do terremoto. "Eu tive a sensação de que o tremor mais forte tenha durado cinco minutos. Depois, quando se acalmou vieram as réplicas, inclusive uma de 6,3 graus. Fiquei com muito medo e corri para a casa de um vizinho", afirmou.  

Ordem é evitar litoral chileno

Com o terremoto, as autoridades chilenas emitiram um alerta de tsunami. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, pediu calma à população e orientou todos para que evitassem seguir para o litoral do país, já que a região foi evacuada por conta do avanço do mar.  

Ao contrário de outros lugares do mundo em que há terremotos, como no Nepal, onde a orientação é seguir para a rua, no Chile as pessoas recebem a recomendação para ficarem em suas casas, segundo Lisandra. "Aqui é diferente porque os prédios contam com estrutura capaz de suportar esse fenômeno. É muito mais seguro ficar em casa e, claro, procurar a porta quando há tremor", acrescentou.

Clima de tranquilidade

Lisandra contou que o clima em Santiago do Chile é de tranquilidade horas depois do terremoto. Uma situação diferente de 2010, quando foi registrado outro grande terremoto. "Naquela época eu não estava aqui, mas meus amigos me contaram que foi muito mais forte, até porque foi mais próximo da minha cidade", declarou.

A estudante gaúcha garantiu que ainda não repensou sua estada no Chile, país constantemente atingido por tremores. "As pessoas me perguntam a razão para escolher um lugar em que há terremotos, mas desde o começo eu fui avisada de que isso é comum aqui. As pessoas estão adaptadas", finalizou.

Vídeo mostra tremor em Santiago do Chile




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