Personagens do 11/9 estão fora de cena

Personagens do 11/9 estão fora de cena

Passados dez anos, confira onde estão algumas das pessoas-chave da tragédia que abalou os Estados Unidos

Bernardo Bercht / Correio do Povo

Colin Powell não estava em território americano no dia 11 de Setembro

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Tão logo os dois aviões da United Airlines atingiram as torres do World Trade Center, o mundo – ainda apavorado – virou-se para algumas pessoas. São elas que responderiam pelo ataque que vitimou quase 3 mil pessoas em poucas horas e as que dariam os passos seguintes.

Apesar de protagonistas à época, passados dez anos, muita coisa mudou. Osama Bin Laden foi caçado e morto, George W. Bush e seus assessores já não são forças evidentes no jogo do poder, enquanto o então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, hoje é uma figura de bastidor na política nacional. Relembre esses personagens e descubra onde estão, hoje, as pessoas-chave do 11/9.


Osama Bin Laden

Aquele que será lembrado na história como mentor dos ataques do 11 de Setembro teve a permanente fuga da autoridades americanas interrompida em 2011. Bin Laden foi morto por uma operação especial dos Seal, agentes especiais da marinha dos Estados Unidos. O fim da perseguição foi anunciado pelo presidente Barack Obama em 1º de maio.

Refugiado no Paquistão, conforme a Casa Branca, a mansão na qual ainda encabeçava decisões da organização terrorista Al-Qaeda foi identificada por agentes de inteligência e o aval foi dado por Obama para a captura ou morte de Bin Laden. Seu corpo ficou sob custódia dos americanos, que afirmam ter cumprido os ritos islâmicos e depositado-o no mar para evitar peregrinações de radicais muçulmanos.

George W. Bush

Supremo mandatário que iniciou a "caça ao terror", George W. Bush não viu as forças armadas e de inteligência capturarem Bin Laden sob seu comando. O presidente do 11 de Setembro enviou tropas para caçar células da Al Qaeda e derrubar governos no Iraque e no Afeganistão, sem localizar aquele que foi classificado como o mentor dos ataques.

Recentemente, Bush disse em entrevista que "não quer mais saber de política". "Não quero sair por aí juntando doações para candidatos." Ele enfatizou à rede C-Span que vê como negativo para o país ex-presidentes falarem mal dos atuais governantes. O republicano segue cuidando de sua fazenda no Texas e comprou uma casa em Dallas. Promove seu livro de memórias "Decision Points" (Momentos de Decisão, em tradução livre) e ocasionalmente faz palestras para consultorias.

Confira o vídeo:





Rudolph Giuliani

O prefeito de Nova Iorque à época do atentado, Rudolph Giuliani, chegou a ser rotulado pela apresentadora Oprah Winfrey como o "prefeito dos Estados Unidos", por suas ações de liderança nos dias seguintes à queda das Torres Gêmeas do World Trade Center. Para tranquilizar a população de que não havia risco de armas biológicas ou químicas no ataque à cidade, ele eternizou uma declaração: "Amanhã Nova Iorque estará aqui. Nós iremos reconstruir e seremos mais fortes do que antes. Quero que sejamos um exemplo para o resto do mundo de que o terrorismo não pode nos parar".

Apesar de ter sido nomeado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II da Inglaterra e eleito homem do ano da revista Time, a popularidade perdeu força na carreira política de Giuliani por acusações de decisões erradas após o ataque terrorista, corrupção e escândalos sexuais. Ele tentou candidatura própria em 2008, mas denúncias sobre favorecimentos a suas empresas de consultoria de propriedade o fizeram perder as primárias para John McCain. Hoje, Giuliani trabalha em suas companhias, Bracewell & Giuliani e Giuliani Partners. Ele não esconde a vontade de concorrer novamente à Casa Branca em 2012.

Fernando Henrique Cardoso

Presidente do então emergente Brasil, Fernando Henrique Cardoso recebia uma comitiva de diretores da Fundação Getúlio Vargas quando viu o primeiro avião colidir com o WTC. Reconheceu que, na hora, pensou que seria o começo de uma III Guerra Mundial e convocou uma reunião de emergência com ministros. A preocupação, segundo ele, era preservar a economia do País para um iminente crescimento.

Dez anos depois, FHC não atua diretamente na política, mas é uma forte figura de bastidores do PSDB, partido do qual é presidente de honra. Fundou o Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, que preserva os documentos que reuniu na política e serve de palco para debates sobre política e economia. Em 2008, perdeu a mulher Ruth Cardoso, vítima de arritmia cardíaca. Além de auxiliar o PSDB em campanhas e movimentos e escrever colunas para jornais do Brasil, FHC assumiu posição a favor da legalização de drogas, como a maconha, para combater o crime organizado.

Colin Powell

No dia 11 de setembro, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, não estava em território americano, mas num encontro com o então presidente do Peru, Alejandro Toledo. Nos meses à sua frente, ele teria papel vital para manter relações com nações estrangeiras, apesar da nova estratégia agressiva dos EUA no Oriente Médio, na chamada guerra ao terror.

Ele foi duramente criticado por incentivar a invasão ao Iraque em 2003 pela alegação de que existiram armas de destruição em massa com Saddam Hussein, o que nunca foi encontrado. Apesar das políticas contrárias às de Barack Obama e de doar dinheiro à campanha de McCain, foi cogitado como secretário do novo presidente em 2008, o que não se confirmou. Atualmente, faz palestras e dedica tempo ao seu hobby de restaurar automóveis Volvo e Saab antigos.

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