Piñera nega renúncia apesar dos protestos no Chile

Piñera nega renúncia apesar dos protestos no Chile

Em entrevista, presidente reconheceu parte da responsabilidade pela crise

AFP

"Estes problemas estão se acumulando nos últimos 30 anos", justificou Piñera

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O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que não renunciará, apesar dos grandes protestos contra o governo marcados pela violência, mas reconheceu "parte" da responsabilidade na crise, em uma entrevista exibida pela BBC.

Ao ser questionado pela jornalista Katy Watson sobre os pedidos de renúncia e se tomaria tal atitude, o presidente conservador respondeu de maneira simples: "Não". "Estes problemas estão se acumulando nos últimos 30 anos. Sou responsável por parte dele, e assumo minha responsabilidade, mas não sou o único", afirmou.

Tendo como gatilho inicial o aumento do bilhete de metrô e, na sequência, passando a incluir um leque mais amplo de reivindicações sociais, as manifestações entram em sua terceira semana. Os sinais não são de que haverá um recuo nas ruas. O governo parece impotente, embora tenha declarado estado de emergência e enviado os militares para patrulharem as ruas junto com a polícia.

Com 13% de aprovação, Piñera é o chefe de Estado com os mais baixos percentuais de aprovação desde o retorno do Chile à democracia em 1990. Liderados pela Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, ativistas pedem a Piñera que contenha o que denunciam como "graves e sistemáticas" violações dos direitos humanos para reprimir os protestos.

"Há muitas supostas queixas sobre uso excessivo da força e, se isso aconteceu, posso garantir que será investigado (...) e será julgado", declarou Piñera, na mesma entrevista. "Não haverá impunidade", frisou.

 


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