Polícia de Nova Iorque prende suspeito de ataque em metrô da cidade

Polícia de Nova Iorque prende suspeito de ataque em metrô da cidade

Pelo menos 29 pessoas ficaram feridas no incidente, sendo dez delas com lesões causadas por disparos de arma de fogo

R7 e AFP

Suspeito de atentado no metrô de Nova Iorque foi preso pela polícia da cidade

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A polícia de Nova Iorque prendeu, nesta quarta-feira (13), o suspeito de ter realizado o ataque no metrô da cidade, na última terça-feira. Pelo menos 29 pessoas ficaram feridas durante o incidente, sendo dez delas com lesões causadas por arma de fogo. 

As autoridades ofereceram uma recompensa de 50 mil dólares (R$ 234 mil) por qualquer informação que levasse à prisão do culpado, mas ainda não há informações se alguma denúncia acarretou na detenção de James.

Segundo informações do canal de notícias americano CNN, Frank James foi preso por policiais no bairro East Village, em Nova Iorque. Ele havia sido descrito por testemunhas como um afroamericano de 1,65 m, 85 kg e usava um colete verde, característico de trabalhadores da construção civil.

Ainda durante a terça-feira, a polícia de Nova Iorque descartou a opção de um atentado terrorista. Informações de que bombas haviam sido encontradas próxima da área do ataque também foram desmentidas pelos agentes.

O atirador disparou 33 vezes, disse o chefe da polícia de Nova Iorque, James Essig. A polícia encontrou uma pistola Glock 17 de 9mm e, depois, pentes de munição adicionais e um machado. Segundo uma das testemunhas, Hourari Benkada, os disparos teriam durado pelo menos um minuto. Ele afirmou ter ouvido cerca de dez tiros.

O suspeito preso pela polícia da cidade já havia postado vários vídeos no YouTube nos quais aparece fazendo longos, e às vezes agressivos, comentários políticos, incluindo críticas ao prefeito Eric Adams.

Foto: REPRODUÇÃO/RECORD TV

Histórico criminal

Segundo o chefe de investigação da polícia, James Essig, o suspeito tem um vasto histórico de detenções por posse de ferramentas para roubos, atos sexuais criminais, roubo e desvio de conduta. 

James já havia postado vários vídeos no YouTube, nos quais aparece fazendo longos, e às vezes agressivos, comentários políticos, incluindo críticas ao prefeito Adams, um ex-capitão da polícia que defende mão de ferro nas ações de segurança na maior cidade do país.

A irmã de James, Catherine James Robinson, disse ao jornal The New York Times que ficou "surpresa" ao ver seu irmão considerado como suspeito. "Nunca pensei que poderia fazer algo assim", reconheceu, depois de especificar que há tempos não tem contato com ele.

Serviço normal

O metrô reabriu nesta quarta-feira com o "serviço normalizado" e "completo em todas as linhas depois que a NYPD [Polícia de Nova Iorque] concluiu sua investigação", disse a autoridade de trânsito desta cidade de quase nove milhões de pessoas. 

Para muitos passageiros que dependem inteiramente desse transporte público para se locomover na cidade, hoje era mais um dia comum como outro qualquer, apesar de estarem mais alertas depois do tiroteio.

"Estava muito mais atenta hoje, olhando o que acontecia à minha volta e garantindo que estava seguro", disse à AFP Laura Swalm, de 49 anos, que usa com frequência o trem de Nova Jersey para Manhattan. Ela também comentou que teve a impressão de que havia menos gente esta manhã do que em outros dias.

"Muita gente que vive longe não tem escolha. Depende do metrô, não pode deixar de usá-lo, independentemente se há um incidente ou não", disse à AFP Daniela, de 29 anos, originária da Bósnia, que reconhece que não pode evitar pensar "que um dia posso não voltar para casa com meus filhos".

Pistola, munições e um machado

Segundo o último balanço do tiroteio, que não está sendo investigado como um ato terrorista, 10 pessoas ficaram feridas à bala e outras 13 por inalar fumaça ou no empurra-empurra durante a fuga.

Armado com uma pistola, o suspeito colocou uma máscara de gás enquanto o trem entrava na estação. Depois, acionou duas granadas de fumaça e realizou 33 disparos, segundo o chefe de polícia de Nova Iorque, James Essig. A polícia encontrou uma pistola Glock 17 de calibre 9 mm, três carregadores de munições adicionais e um machado. 

"O que se viu foi uma bomba de fumaça preta explodindo e depois... as pessoas indo para a parte de trás [do vagão]", disse à CNN uma das vítimas do tiroteio, Hourari Benkada, ao descrever o momento em que os passageiros começaram a fugir, correndo para o fundo da composição.

Benkada contou que embarcou no primeiro vagão, na Rua 59, e se sentou ao lado do atirador. Como estava com fones de ouvido, não percebeu nada até o vagão começar a se encher de fumaça. "Fui empurrado e foi quando levei um tiro na parte de trás do joelho", acrescentou.

"No meu DNA"

Um dia depois do incidente, alguns usuários do metrô, no entanto, se mostraram corajosos e afirmam que não vão deixar de utilizar o sistema.

"Ninguém vai me fazer desistir do metrô. O metrô está no meu DNA e me sinto mais comprometido do que nunca com Nova Iorque e com o metrô", declarou à AFP Dennis Sughrue, de 56 anos, ao sair da maior estação da cidade, a Grand Central Station, que conecta o sistema de metrô com as ferrovias.

Nova Iorque registra este ano um aumento dos tiroteios e uma retomada dos crimes violentos. Até o dia 3 de abril, os incidentes com armas subiram para 296, enquanto, no mesmo período do ano passado, foram registrados 260, segundo as estatísticas da polícia.

Leis brandas sobre armas e o direito constitucional de portar armamento têm frustrado repetidamente as tentativas de reduzir o número de armas em circulação no país, apesar de a maioria da população americana ser favorável a controles mais rígidos.


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