Polícia do Canadá procura suspeitos de ataques com facas que mataram 10 pessoas

Polícia do Canadá procura suspeitos de ataques com facas que mataram 10 pessoas

Crimes ocorreram em localidades remotas do país

AFP

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A polícia do Canadá procurava nesta segunda-feira (5) dois suspeitos por ataques com facas executados no domingo e que terminaram com 10 mortos e 15 feridos em duas localidades remotas do país, uma delas de maioria indígena. Após a resposta a várias ligações de emergência, a polícia encontrou 10 corpos na comunidade indígena Nação James Smith Cree e na cidade vizinha de Weldon, na província de Saskatchewan, anunciou a vice-comissária da Real Polícia Montada do Canadá, Rhonda Blackmore.

"Várias outras vítimas ficaram feridas, 15 delas foram transportadas para vários hospitais", disse. "Estamos procurando ativamente pelos dois suspeitos (...) e investigando as muitas cenas do crime", destacou.

Blackmore afirmou que as facadas aconteceram em 13 pontos diferentes da região. Os suspeitos foram identificados como Damien Sanderson e Myles Sanderson, de 30 e 31 anos respectivamente. As autoridades acreditam que eles fugiram em um Nissan Rogue preto. Policiais mobilizaram recursos "máximos" para a operação de captura. "Os ataques de hoje em Saskatchewan são horríveis e de partir o coração", tuitou o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Blackmore afirmou que a polícia recebeu a primeira ligação às 5h40min locais (8h40min de Brasília) com a informação de uma facada na Nação James Smith Cree, rapidamente acompanhadas por outras ligações com denúncias de outros ataques. As pessoas que fizeram as ligações identificaram os suspeitos, destacou a chefe de polícia.

A comunidade Nação James Smith Cree, com 2.500 habitantes, declarou estado de emergência local. Os moradores de Saskatchewan receberam a recomendação de permanecer em suas casas por segurança.

Pacientes em estado crítico

Diane Shier, moradora de Weldon, afirmou à Canadian Press que seu vizinho, que morava com o neto, foi assassinado. "Estou muito abalada porque perdi um bom vizinho", disse. As autoridades acreditam que algumas vítimas estavam no alvo dos suspeitos e outras foram atacadas de forma aleatória. Blackmore disse que é muito cedo para determinar a motivação dos crimes.

Até o momento não foram divulgadas informações sobre as vítimas. Os suspeitos foram vistos em um primeiro momento em Regina, capital da província a mais de 300 quilômetros de distância. O alerta e a busca se expandiram para incluir as províncias vizinhas de Manitoba e Alberta, uma vasta região com tamanho equivalente à metade do continente europeu.

A Autoridade de Saúde de Saskatchewan afirmou à AFP que ativou protocolos de emergência para lidar com "um alto número de pacientes em estado crítico". Três helicópteros foram enviados de Saskatoon e Regina para as comunidades remotas para transportar as vítimas e levar um médico ao local. Nos últimos anos, o Canadá registrou uma sucessão de ataques com violência incomum.

Em abril de 2020, um atirador que se passou por policial matou 22 pessoas na província de Nova Escócia. Em 2018, o motorista de uma caminhonete atropelou várias pessoas em Toronto. O ataque deixou 10 mortos e 16 feridos. Em janeiro de 2017, seis pessoas morreram e cinco ficaram feridas em ataques contra uma mesquita de Quebec.


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