Polícia francesa encontra depósito de armas do ETA no centro de Biarritz
Duas pessoas foram detidas
publicidade
Por volta das 10h (05h de Brasília), os policiais encontraram "armas, explosivos e componentes que podem servir para a confecção de explosivos", indicou à AFP uma fonte próxima ao caso. "O inventário está em andamento" para tentar determinar a origem do armamento, acrescentou. Segundo outra fonte próxima à investigação, também foram encontradas "pistolas, centenas de munições de calibres 9mm e 38, material explosivo e detonadores". "Ainda é apenas uma hipótese", mas pode se tratar das armas e munições roubadas em uma pequena fábrica de armamento de Vauvert (sul da França) no fim de outubro de 2006, indicou a fonte.
Este roubo e uma tomada de reféns relacionada ao caso foram atribuídos à ETA. Dois homens e uma mulher encapuzados, alguns dos quais falavam francês com sotaque espanhol, se apresentaram na casa da gerente da empresa de armas Sidam. Anunciaram a ela que haviam sequestrado sua nora e seus dois netos, de sete anos e nove meses, e que apenas os libertariam caso ela permitisse o acesso aos depósitos de armas.
A gerente se viu obrigada a aceitar a exigência e os criminosos fugiram com 200 armas. Outro grupo abandonou os reféns em um veículo. A operação desta quinta-feira em Biarritz foi realizada pela polícia judicial e pelos serviços de segurança interior franceses, em colaboração com a Guarda Civil espanhola e sob a autoridade da promotoria antiterrorista de Paris. Seu alvo era a estrutura "técnico-logística" do ETA, indicou em Madri um comunicado do ministério espanhol do Interior.
O ministro, Jorge Fernández Díaz, declarou que esta é "a operação mais importante realizada contra o ETA desde 2012". Foi realizada no âmbito de uma investigação preliminar aberta na quarta-feira, com base em uma informação sobre um possível esconderijo de armas do ETA, pelas acusações de "detenção de armas e de explosivos em crime organizado" e "associação criminosa com o objetivo de preparar atos de terrorismo".
A ETA, considerada responsável por 829 mortes em mais de 40 anos de atentados, anunciou em 20 de outubro de 2011 "o fim definitivo de sua atividade armada", mas sem entregar as armas nem se dissolver, como exigem os governos de Espanha e França.