Polícia turca mata terrorista que tentou atacar sede da corporação em Istambul

Polícia turca mata terrorista que tentou atacar sede da corporação em Istambul

Novo ataque ocorre menos de 24 horas após a tomada de reféns num tribunal da cidade

AFP

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A polícia turca matou nesta quarta-feira uma mulher que tentou atacar a sede da corporação em Istambul, no dia seguinte a uma tomada de refém que terminou com a morte de dois militantes de extrema-esquerda e do sequestrado, um promotor. Em uma declaração escrita, o governador de Istambul, Vasip Sahin, indicou que duas pessoas abriram fogo contra o prédio que abriga a direção da polícia, no distrito de Fatih.

"Uma mulher terrorista foi morta neste ataque, ela carregava uma bomba e uma arma. O outro agressor, que foi ferido, conseguiu escapar", acrescentou Sahin. Segundo os meios de comunicação turcos, o agressor foi preso pouco depois pelas forças de ordem.

A imprensa turca também informou que a vítima, cuja identidade e motivações não foram reveladas, carregava duas granadas. Este novo ataque ocorre menos de 24 horas após a tomada de reféns num tribunal da cidade.

Após seis horas de negociações, a polícia deu início a uma operação na terça-feira contra dois militantes de um grupo de extrema-esquerda que sequestraram um promotor. Os dois sequestradores foram mortos, bem como o promotor Mehmet Selim Kiraz, em circunstâncias que ainda precisam ser estabelecidas.

Na manhã desta quarta-feira, a polícia turca lançou uma grande operação que terminou com a prisão de 22 estudantes suspeitos de vínculos com o Partido/Frente Revolucionária de Libertação do Povo (DHKP-C), que reivindicou a tomada de reféns. Segundo a agência de notícias Dogan, a polícia recebeu informações que davam a entender que o DHKP-C preparava operações similares a de terça-feira.

'Um herói' Considerado um movimento terrorista por Ancara, o DHKP-C realizou desde os anos 1990 uma série de atentados, principalmente contra as autoridades. Dois meses antes das eleições parlamentares de 7 de junho, o primeiro-ministro conservador Ahmet Davutoglu prometeu nesta quarta-feira agir com firmeza contra o que ele descreveu como uma "aliança do mal".

"Nós não vamos cair nessa armadilha, não vamos sacrificar o país (...) se alguém manifesta com o rosto escondido ou com coquetéis molotov, não será tolerado!", trovejou depois de assistir ao funeral do promotor.

Mais cedo, centenas de juízes e advogados prestou homenagem a seu colega no tribunal onde morreu, sob uma enorme bandeira proclamando "Não vamos esquecer de ti, nosso mártir." "Ele é um herói", lançou por sua vez o presidente Recep Tayyip Erdogan, que decidiu encurtar sua visita oficial à Romênia por causa dos últimos acontecimentos. "É essencial que aqueles que acreditam na democracia se revoltem contra esses ataques", afirmou.

O magistrado investigava as circunstâncias da morte do adolescente Berkin Elvan, em 11 de março de 2014, depois de passar 269 dias em coma após o uso de uma bomba de gás lacrimogêneo pela polícia durante um protesto em 2013 em Istambul.

De acordo com a imprensa turca, o comando que sequestrou o promotor exigia que os policiais responsáveis pela morte de Berkin Elvan fizessem uma "confissão pública" e fossem levados perante um "tribunal do povo".

Nenhum policial foi até este momento indiciado pela morte. Em março de 2014, o anúncio de sua morte provocou manifestações em massa em toda a Turquia. O adolescente se tornou um símbolo do autoritarismo de Erdogan.

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