Portugal e Espanha se opõem à redução do consumo de gás em 15% proposta pela UE

Portugal e Espanha se opõem à redução do consumo de gás em 15% proposta pela UE

Medida deve ser discutida em 26 de julho pela Comissão Europeia

AFP e AE

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Portugal e Espanha e rechaçaram o plano proposto na quarta-feira (20) pela Comissão Europeia para diminuir o consumo de gás em 15% para compensar a queda do fornecimento da Rússia.  A ministra da Transição Ecológica espanhola, Teresa Ribera, afirmou em coletiva de imprensa após a apresentação: "não podemos assumir um sacrifício desproporcional sobre o qual nem sequer nos foi pedido um parecer prévio". "Portugal vai se opor" a essa medida "desproporcional", declarou João Galamba, o secretário de Estado para o Meio Ambiente e Energia, em uma entrevista ao jornal Publico divulgada nesta quinta-feira. A proposta não está "adaptada para países que não estão interligados" à rede de gás, como Portugal, explicou.

Portugal junta-se à posição da Espanha estimando que o plano não é necessariamente "justo" ou "eficaz". A Comissão Europeia pediu na quarta-feira aos 27 que reduzam voluntariamente sua demanda de gás nos próximos oito meses, medida que deve ser discutida em 26 de julho.

 Segundo Ribera, "ao contrário de outros países, a Espanha não viveu além de suas possibilidades do ponto de vista energético", e as famílias espanholas não terão de lidar com cortes no fornecimento de gás nem de luz em suas casas. Se aprovada, a meta seria voluntária, mas a regulação incluiria um dispositivo que pode tornar as ações compulsórias, caso haja um severo corte no abastecimento.

De acordo com a ministra, a Espanha defende os valores europeus e vai mostrar solidariedade com o resto da União, "mas não à custa dos consumidores domésticos e industriais", que há muito que pagam "uma fatura muito alta" e que "não merecem restrições ou racionamento". Há alguns meses, além das questões envolvendo a Rússia, o fornecimento de gás na Espanha vem lidando com reduções da entrega do produto que vem da Argélia, em meio a disputas geopolíticas.

Ribera chamou os sócios europeus a "debaterem claramente" o tema, e disse que a Espanha tem papel fundamental na questão, uma vez que é porta de entrada de cerca de 30% do gás que chega na região. A previsão era que o programa ficasse em vigor entre 1º de agosto de 2022 e 31 de março de 2022. Segundo a presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, o objetivo seria economizar 45 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás.


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