"Possibilidade de guerra total é realista", diz chefe do Hezbollah sobre conflito Israel-Hamas

"Possibilidade de guerra total é realista", diz chefe do Hezbollah sobre conflito Israel-Hamas

Discurso de Sayyed Hassan Nasrallah é motivo de preocupação para libaneses que vivem no sul do país

AFP, Correio do Povo e R7

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O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, fez o seu discurso nesta sexta-feira e analisou o conflito em andamento entre Israel e Hamas, no Oriente Médio. Conforme Nasrallah, a possibilidade de uma guerra total, envolvendo mais nações, é realista. Nasrallah foi um pouco mais longe e colocou os Estados Unidos como totalmente responsável pelo que está acontecendo na Faixa de Gaza. 

Em seu discurso, Narallah também pediu por um cessar-fogo, mas declarou que o segundo maior objetivo do Hezbollah é que o Hamas saia vitorioso em Gaza. O líder libanês comentou que enxerga o conflito como um ponto de virada. "A vitória de Gaza significa a vitória para Palestina, por Jerusalém, por Aqsa, do Santo Sepulcro e de todos os países vizinhos. 

O Hezbollah, organização extremista de origem libanesa, é aliada do Hamas e tem condições de promover uma escalada no conflito já existente na região. O discurso de Nasrallah é motivo de preocupação para a população do Líbano, uma vez que o país tem um histórico de confrontos armados com Israel. Todos, sempre, resultaram em grande destruição. O sul libanês sofre significativamente mais com a resposta israelense do que qualquer outra região do país, o que inclui uma ocupação de 15 anos por Israel, entre 1985 e 2000.

"Mesmo entre os apoiadores (de Nasrallah, líder do Hezbollah), há pessoas que sentem que (o sul) sempre lutou contra Israel (no passado) e que, neste momento, não estamos prontos para uma guerra", afirmou à emissora de TV árabe Al Jazeera um homem identificado só como Mohamad, residente do sul do Líbano. Ele não revelou o sobrenome, com medo de que o Hezbollah pudesse prejudicá-lo. A declaração foi publicada no site R7.

Do outro lado, enquanto o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pediu por uma trégua humanitária no conflito, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ampliou o discurso do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant. "Não haverá trégua nos bombardeios sem a libertação de mais reféns", declarou Netanyahu. De acordo com a rede de notícias CNN, as autoridades israelenses estariam frustradas com a liberação de um ou dois reféns de cada vez.  

O Hezbollah 

Em 2021, o grupo, que tem apoio do Irã, afirmou que contava com 100 mil combatentes, quantidade refutada pelo ministério da Defesa, que acredita que o Hezbollah conta com a metade. 

Já a especialista em Oriente Médio Eva Koulouriotis apontou que o grupo possui 20 mil combatentes bem treinados e uma reserva de 50 mil "com menor treinamento, que inclui três meses de formação no Líbano e outros três no Irã". O Israel avalia o arsenal de Hezbollah entre 150 mil e 200 mil foguetes e mísseis de todos os tipos, entre eles "centenas de mísseis de precisão".

 

 

 


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