Príncipe Charles se diz chocado com radicalização de jovens muçulmanos

Príncipe Charles se diz chocado com radicalização de jovens muçulmanos

Herdeiro da Coroa britânica afirmou informações loucas da internet influenciam pessoas

AFP

Príncipe Charles se diz chocado com radicalização de jovens muçulmanos

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O príncipe Charles considerou chocante o número de jovens muçulmanos vulneráveis radicalizados por "informações loucas" que circulam na internet, em uma entrevista que será transmitida neste domingo. O herdeiro da Coroa britânica também expressou sua inquietação diante da fuga maciça de cristãos do Oriente Médio e indicou que restarão muito poucos na região, berço do cristianismo.

A radicalização "é uma das maiores inquietações", declarou o príncipe Charles em uma entrevista à emissora BBC, e esta é uma questão que "simplesmente não pode ser varrida para debaixo do tapete". "A parte alarmante é a magnitude que isso adquiriu", disse. "Um dos aspectos desta radicalização é a busca de aventura e excitação em uma certa idade", explicou, defendendo a prevenção para canalizar a energia destes jovens.

Charles declarou que o número de cristãos no Oriente Médio está caindo dramaticamente, com pessoas "intimidadas a um nível inacreditável" nas zonas controladas pelo grupo Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque. "Há o risco de que restem muito, muito poucos" cristãos na região, disse. "Os cristãos vivem no Oriente Médio há dois mil anos. Antes da chegada do Islã no século VIII. E contribuíram enormemente, como muitos muçulmanos concordam", acrescentou. "Isso aumenta ainda mais a tragédia", acrescentou.

Visitas de Charles


Charles visita Jordânia, Kuwait, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos de sábado a quinta-feira. Como primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, Charles também é herdeiro da governança suprema da Igreja da Inglaterra sob o título de Defensor da Fé.

Ele explicou que, assim como sua mãe, a rainha Elizabeth II, interpreta o papel não como "de defesa do anglicismo para a exclusão de outras religiões", mas de proteção a todas as religiões porque "a Igreja tem o dever de proteger o livre exercício de todos os tipos de fé neste país". Uma nova biografia do príncipe Charles reacendeu recentemente o debate sobre se ele está capacitado para ocupar o trono, sendo tão pouco propenso à neutralidade sacrossanta que contribuiu para o sucesso do reinado de sua mãe.

Segundo o livro "Charles: Heart of a King", da autora Catherine Meyer, Charles se prepara sem entusiasmo para a substituição, por medo de ter que abandonar seus interesses. A publicação, lançada na última semana, afirma que o príncipe, chamado por seus 161 empregados de "the boss" (o chefe), nega-se a renunciar as suas convicções em temas como o meio ambiente, os alimentos ecológicos ou a inserção dos jovens pobres.

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