Presidente da Colômbia pede que filho e irmão sejam investigados por possível corrupção

Presidente da Colômbia pede que filho e irmão sejam investigados por possível corrupção

Familiares de Gustavo Petro são suspeitos de terem oferecido vantagens para narcotraficantes em troca de dinheiro

R7

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante coletiva de imprensa

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu ao Ministério Público, nesta quinta-feira (2), que determine se o próprio filho, assim como o irmão do mandatário, ofereceram benefícios a narcotraficantes em troca de dinheiro, no contexto das políticas de paz.

"Devido às informações que circulam na opinião pública sobre meu irmão, Juan Fernando Petro Urrego, e meu filho mais velho, Nicolás Petro Burgos, peço ao procurador-geral da Nação adiantar todas as investigações necessárias e determinar possíveis responsabilidades", afirmou Petro em comunicado.

O próprio governo já havia denunciado a existência de um cartel que suborna presos nas penitenciárias para lhes oferecer falsas intermediações em processos de paz, benefícios judiciais e promessas para evitar extradição.

"Meu governo não oferecerá benefícios a criminosos em troca de suborno", frisou Petro na nota. "Confio que meu irmão e meu filho vão comprovar sua inocência, mas respeitarei as conclusões da Justiça", acrescentou.

O irmão do presidente já prestou esclarecimentos ao Ministério Público por essas denúncias no início de fevereiro, em um depoimento reservado de 40 minutos. Nesse dia, o advogado de Juan Fernando Petro garantiu que o cliente é "vítima" de uma rede de advogados que usa o nome dele para intermediar supostas negociações com o governo.

No início de 2022, em plena campanha presidencial, Juan Fernando foi a um presídio de Bogotá para se reunir com vários detentos. Segundo a imprensa colombiana, ele teria oferecido benefícios para condenados por corrupção e narcotráfico em um eventual governo do irmão.

O então candidato, Gustavo Petro, desmentiu essa versão e assegurou que o irmão não fazia parte da campanha.

Por sua vez, o filho de Petro, Nicolás, é deputado pelo movimento político do pai no departamento do Atlântico (norte).

Com a política de "paz total", Petro busca o desmantelamento pacífico das organizações do tráfico de drogas em troca de benefícios penais e econômicos para quem abandonar o negócio no maior produtor de cocaína do mundo.

Segundo a revista Semana, o cartel de advogados estaria cobrando até US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) aos traficantes em troca da inclusão nas listas de "gestores da paz", que não poderão ser extraditados.

O governo anunciou um projeto de lei que estabelecerá pena máxima de oito anos e possibilidade de conservar até 10% de patrimônio aos traficantes que se submeterem à Justiça de transição.


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