Presidente de Vanuatu faz apelo após passagem de ciclone

Presidente de Vanuatu faz apelo após passagem de ciclone

Capital nacional, Port Vila, teve 90% das casas atingidas

AFP

Organizações temem a propagação das doenças

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As organizações humanitárias enfrentavam grandes dificuldades nesta segunda-feira para ajudar os habitantes de Vanuatu após a passagem devastadora do ciclone Pam, ao mesmo tempo que o presidente do arquipélago, Baldwin Lonsdale, fez um apelo à comunidade internacional para a reconstrução do país. "As necessidades humanitárias são imediatas, precisamos agora", disse Baldwin antes de retorna ao país de Sendai (Japão), onde participava em uma reunião da ONU sobre a prevenção de catástrofes naturais.

"A longo prazo, necessitamos de apoio financeiro e ajuda para começar a reconstruir nossas infraestruturas. Temos que reconstruir tudo", completou. "Depois de todo o desenvolvimento que alcançamos nos últimos dois anos, vem este ciclone e destrói toda a infraestrutura que o governo construiu. Precisamos de financiamento internacional para a reconstrução", disse.

Mais cedo, o presidente de Vanuatu declarou que a mudança climática foi um fator-chave na devastação sofrida pelo país durante a passagem do ciclone Pam. "A mudança climática está contribuindo para o desastre em Vanuatu", disse ele a uma emissora de televisão australiana.

O arquipélago de Vanuatu, no Pacífico Sul, foi devastado na sexta-feira por um dos mais graves desastres naturais da história da região. Na capital, Port Vila, 90% das casas foram atingidas. Até o momento, o balanço oficial é de seis mortos em Port Vila, mas as autoridades temem um balanço muito maior após a avaliação de todos os danos no arquipélago, formado por quase 80 ilhas.

A ajuda já começou a chegar à capital do país, mas os funcionários das ONGs destacaram a falta de recursos para distribuir o material nas ilhas mais afastadas do Estado insular, um dos mais pobres do mundo. Para alcançar cada localidade arrasada na sexta-feira pelo ciclone, que atingiu a categoria 5, a máxima, com rajadas de vento superiores a 320 km/h, serão necessários vários dias.

As necessidades de água potável, banheiros portáteis e pastilhas de purificação de água devem ser determinadas rapidamente, explicou o diretor da ONG Oxfam em Vanuatu, Colin Colette.

As organizações temem uma propagação das doenças. "A primeira urgência era o ciclone. A segunda as doenças, caso a água potável e as condições de higiene continuem insuficientes", completou Colette, que citou 100 mil pessoas desabrigadas.

Para o diretor da organização Save the Children, Tom Skirrow, as condições são piores que nas Filipinas em novembro de 2013, quando o supertufão Haiyan arrasou o arquipélago e deixou 7.350 mortos e desaparecidos. "Estive lá após o Haiyan e posso dizer que a logística é muito mais complicada aqui", disse.

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