Presidente do Egito alerta para risco de deslocamento de palestinos de Gaza

Presidente do Egito alerta para risco de deslocamento de palestinos de Gaza

Abdel Fattah al Sisi fez o discurso mais enérgico desde o começo da guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas

AFP

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Um êxodo em larga escala de palestinos da Faixa de Gaza para o Egito pode ser uma primeira etapa antes de "um deslocamento similar" da Cisjordânia para a Jordânia, alertou nesta quarta-feira (18) o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi.

Ao receber no Cairo o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, o chefe de Estado egípcio pronunciou o discurso mais completo e enérgico desde o início, em 7 de outubro, da guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, que está no poder em Gaza.

O conflito, iniciado por uma ofensiva do Hamas em território israelense, provocou milhares de mortes nos dois lados e forçou a deslocamento de mais de um milhão de pessoas dentro do enclave palestino que faz fronteira com o Egito.

Sisi afirmou que estimular os palestinos a deixar sua terra é "uma forma de terminar com a causa palestina em detrimento dos países vizinhos".

Ele também considerou que "a ideia de forçar os habitantes de Gaza a um deslocamento para o Egito levará a um deslocamento similar" de palestinos da Cisjordânia para a Jordânia, "o que tornará impossível o estabelecimento de um Estado Palestino.

"E se eu pedir ao povo egípcio que saia às ruas, haverá milhões para apoiar a posição do Egito", alertou Sisi.

A "opinião árabe é sensível à causa palestina, que é a maior de todas as causas", acrescentou o presidente egípcio.

Sisi afirmou que seu país "não fechou a passagem de Rafah", na fronteira com Gaza, e disse que a ajuda humanitária, bloqueada na península egípcia do Sinai, não pode entrar no território palestino através da passagem de fronteira devido aos "bombardeios israelenses".

Centenas de caminhões com ajuda humanitária estão bloqueados há vários dias no deserto egípcio do Sinai e não podem entrar na Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de pessoas.


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