Presidente sul-coreano pede retomada rápida de discussões entre Washington e Pyongyang

Presidente sul-coreano pede retomada rápida de discussões entre Washington e Pyongyang

Última reunião entre Donald Trump e Kim Jong-Un terminou de forma abrupta e sem acordo

AFP

Moon foi eleito há dois anos defendendo o diálogo com o Norte quando a península estava à beira de uma guerra nuclear

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O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu nesta segunda-feira aos Estados Unidos e à Coreia do Norte que retomem o mais rapidamente possível as discussões sobre a desnuclearização, após o fracasso da cúpula de Hanói na semana passada entre Donald Trump e Kim Jong Un. Moon, que foi eleito há dois anos defendendo o diálogo com o Norte quando a península estava à beira de uma guerra nuclear, solicitou a seus assessores que analisem os fracassos da reunião realizada na semana passada. "Esperamos que os dois países continuem seu diálogo e que seus líderes voltem a se encontrar rapidamente para alcançar o acordo que não foi possível desta vez", declarou o ex-advogado durante uma reunião de seu conselho de segurança em Seul.

"Eu acredito que as discussões entre o Norte e os Estados Unidos vão conduzir, ao final, a um acordo, mas peço às autoridades que trabalhem duro para a retomada das discussões técnicas entre os Estados Unidos e o Norte, porque uma longa interrupção das discussões ou um impasse nunca são favoráveis", considerou o presidente. A cúpula Trump-Kim terminou na quinta-feira passada com um fiasco. Ela foi interrompida sem que os dois homens alcançassem uma declaração conjunta. Ambos disseram, porém, que queriam continuar as negociações.

Um funcionário do Departamento americano de Estado afirmou, sob condição de anonimato, que os norte-coreanos pediram o levantamento de todas as sanções do Conselho de Segurança que foram aprovadas desde março de 2016. Segundo a mesma fonte, em contrapartida, Pyongyang propôs fechar apenas partes do complexo nuclear de Yongbyon, que não é o único local de desenvolvimento do programa nuclear da Coreia do Norte.

Um discurso que não foi o do ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, que assegurou que Pyongyang só pediu um levantamento parcial das sanções, e disse que o desmantelamento de "toda a sua infraestrutura de produção nuclear de Yongbyon na presença de especialistas americanos" é sua melhor oferta. "Peço que descubramos o que fez fracassar o acordo entre os dois lados na cúpula de Hanói e explorar maneiras para superar esta lacuna", disse Moon.

Localizado cem quilômetros ao norte de Pyongyang, o centro de Yongbyon inclui dezenas de edifícios relacionados ao programa nuclear norte-coreano. Inaugurado em 1986, foi onde o primeiro reator norte-coreano, com capacidade de cinco megawatts, foi construído, a única fonte conhecida de produção de plutônio na Coreia do Norte. Mas Yongbyon não seria a única estrutura de enriquecimento de urânio do país. Fechá-la não significaria o fim de seu programa atômico.

A Inteligência americana estima que Pyongyang tem dois centros adicionais, um perto de Kangson, nos subúrbios de Pyongyang, o outro em um local desconhecido. No entanto, Moon disse que o fechamento completo de todas as instalações de Yongbyon significaria que a desnuclearização do Norte entrou em uma "fase irreversível". O complexo de Yongbyon é a "base das instalações nucleares da Coreia do Norte", acrescentou.


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