Presidente sul-coreano quer realizar cúpula com a Coreia do Norte

Presidente sul-coreano quer realizar cúpula com a Coreia do Norte

Um dos principais apelos do país são os encontros familiares

AFP

Presidente sul-coreano quer realizar cúpula com a Coreia do Norte

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O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, mostrou-se disposto nesta quarta-feira a realizar uma cúpula com a Coreia do Norte, um dia depois de um encontro excepcional entre representantes dos dois países. Depois de dois anos de crescentes tensões na península coreana devido à intensificação dos programas nuclear e balístico de Pyongyang, a situação se apaziguou repentinamente no início de 2018.

O presidente sul-coreano, que foi eleito em maio com uma mensagem em favor do diálogo com o Norte, voltou a defender a opção diplomática para resolver um dos assuntos mais delicados do mundo. "Sob as condições apropriadas, posso celebrar uma cúpula a qualquer momento. Mas não podemos fazer uma reunião por fazer uma reunião. Para celebrar uma reunião devem ser criadas as condições adequadas e devem ser garantidos alguns resultados", acrescentou.

O presidente sul-coreano também voltou a defender a desnuclearização da península como caminho para a paz e seu principal objetivo."Temos que prosseguir com os esforços para celebrar Jogos Olímpicos pacíficos. Temos que resolver pacificamente a questão nuclear norte-coreana", declarou Moon.

Jogos da paz

Na terça, ficou acertado que a Coreia do Norte vai enviar atletas e uma delegação de alto escalão aos Jogos de Inverno na Coreia do Sul. "A parte norte-coreana vai enviar uma delegação do Comitê Olímpico Nacional, atletas, torcedores, um grupo de artistas, uma equipe de demonstração de Taekwondo e um serviço de imprensa", anunciaram os dois países em um comunicado conjunto após o encontro bilateral.

Os Estados Unidos parabenizaram o diálogo entre as duas Coreias, apesar de precisarem que estariam atentos sobre as sanções "impostas pelo Conselho de Segurança da ONU". Seul e Pyongyang também concordaram em "diminuir a tensão militar atual e manter discussões militares sobre a questão". O Sul também aproveitou este primeiro encontro em mais de dois anos para solicitar um encontro das famílias separadas pela guerra (1950-53), um dos legados mais dolorosos do conflito.

Os dois lados também decidiram restabelecer a linha telefônica militar que foi cortada em fevereiro de 2016, a fim de melhorar a comunicação entre os Exércitos desses dois países ainda tecnicamente em guerra. As discussões foram realizadas em Panmunjom, vilarejo onde o cessar-fogo da Guerra da Coreia foi assinado, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península. A delegação norte-coreana cruzou a pé linha de demarcação militar para ir à Casa da Paz, o lugar de encontro do lado sul-coreano, a poucos metros de onde um soldado desertou há dois meses, sob uma chuva de balas.

O ministro sul-coreano da Unificação, Cho Myoung-Gyon, e o chefe da delegação norte-coreana Ri Son-Gwon apertaram as mãos antes de entrar no edifício. Junto com seus atletas, o Norte propôs enviar aos Jogos de Pyeongchang (9 a 25 de fevereiro) uma delegação de alto nível, torcedores, artistas e uma equipe de demonstração de taekwondo, segundo explicou à imprensa o vice-ministro sul-coreano da Unificação, Chun Hae-Sung.

Seul também apelou para a retomada das reuniões familiares, bem como para conversas entre a Cruz Vermelha dos dois países e discussões militares para evitar confrontos acidentais. Nos últimos dois anos, a situação na península se deteriorou, o Norte conduziu três novos testes nucleares e multiplicou seus disparos de mísseis.

Seul se esforça para apresentar os Jogos Olímpicos, que vão acontecer a apenas 80 km da DMZ, como as "Olimpíadas da Paz", mas para que a frase faça sentido, a participação do Norte é essencial. Resta saber se os representantes de ambos os países farão uma entrada conjunta nas cerimônias de abertura e encerramento, como em Sydney em 2000, Atenas em 2004 e Turim em 2006.

Apenas dois atletas norte-coreanos se qualificaram para os Jogos, mas o Norte deve enviar ao Sul um grande contingente de torcedores, de acordo com especialistas.

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