Procuradores do Peru interrogam Odebrecht sobre suborno em obras públicas

Procuradores do Peru interrogam Odebrecht sobre suborno em obras públicas

Executivo já havia sido interrogado por peruanos em maio de 2016

AFP

Executivo já havia sido interrogado por peruanos em maio de 2016

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Procuradores peruanos interrogaram nesta quinta-feira em Curitiba, o empresário Marcelo Odebrecht sobre irregularidades do grupo brasileiro no Peru envolvendo subornos para a obtenção de obras públicas. "O senhor Odebrecht foi bastante explícito em todas as suas respostas. A diligência durou pouco mais de quatro horas e faz parte da nossa obrigação manter sigilo" sobre o depoimento, disse à imprensa o coordenador da Procuradoria de Lavagem de Ativos do Peru, Rafael Vela.

A Procuradoria havia informado que buscava informações sobre anotações encontradas na agenda e no celular de Marcelo Odebrecht, incluindo as siglas AG e OH, que para alguns políticos peruanos se referem aos ex-presidentes Alan García e Ollanta Humala. Também há a anotação "Aumentar Keiko para 500 e eu fazer visita", que envolveria a líder opositora Keiko Fujimori, ex-candidata presidencial em 2011 e 2016.

O interrogatório foi acompanhado pelo advogado de Keiko, Edward García, que "ficou satisfeito" com as declarações. A Odebrecht admite ter pago 29 milhões de dólares em subornos no Peru entre 2005 e 2014, durante os governos dos presidentes Alejandro Toledo, García e Humala. Toledo é acusado de ter recebido 20 milhões de dólares do grupo brasileiro, enquanto Humala e sua mulher cumprem prisão preventiva de 18 meses por suposta contribuição ilegal de campanha em 2011, totalizando 3 milhões de dólares, também da Odebrecht.

No primeiro interrogatório de procuradores peruanos a Marcelo Odebrecht, em maio passado, o executivo admitiu ter entregue dinheiro a Humala, atendendo a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

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