Produtores de coca bloqueiam estradas na Bolívia contra inabilitação de Morales

Produtores de coca bloqueiam estradas na Bolívia contra inabilitação de Morales

Bloqueios foram anunciados pelas organizações cocaleiras presididas pelo ex-presidente Morales (2006-2019), em repúdio aos 26 magistrados dos tribunais superiores

AFP

O presidente Luis Arce condenou os bloqueios durante os eventos do Dia do Estado Plurinacional da Bolívia

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Produtores de coca bloquearam, nesta segunda-feira, 22, vários trechos de estradas na Bolívia para exigir a renúncia dos juízes que tonaram inelegível o ex-presidente de esquerda Evo Morales para as eleições presidenciais de 2025.

"Foram identificados oito pontos de bloqueio, cinco estão ativos e três foram desmobilizados", disse à imprensa Jhonny Aguilera, vice-ministro do Regime Interior.

As estradas entre as regiões de La Paz-Oruro, Cochabamba-Santa Cruz e Oruro-Potosí estavam bloqueadas desde a madrugada com pedras, troncos e pneus, segundo informações da televisão.

Os bloqueios foram anunciados pelas organizações cocaleiras presididas pelo ex-presidente Morales (2006-2019), em repúdio aos 26 magistrados dos tribunais superiores.

Em dezembro de 2023, esses juízes decidiram que nenhum boliviano pode concorrer à Presidência se já tiver cumprido dois mandatos contínuos ou descontínuos.

Morales tentou seu quarto mandato em 2019, quando renunciou em meio a convulsões sociais e acusações de fraude nas eleições gerais daquele ano.

O presidente Luis Arce condenou os bloqueios durante os eventos do Dia do Estado Plurinacional da Bolívia.

"Aqueles que usam esta data para tentar bloquear o país, a sua economia e o seu desenvolvimento normal apenas por interesses pessoais e eleitorais, o que fazem é manifestar o seu desprezo pelo Estado", disse o presidente.

As administrações dos terminais terrestres de La Paz, sede do governo, e de Cochabamba suspenderam a saída de ônibus como medida de precaução.

"O Governo equipou a polícia inclusive com armas de guerra para desbloquear" as estradas, declarou o líder camponês Rolando Machacha, em entrevista à rádio a partir de um dos pontos de bloqueio.

Segundo os manifestantes, a medida de pressão é por tempo indeterminado, até que sejam convocadas eleições judiciais e os atuais juízes sejam destituídos de seus cargos.

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