Protestos por 42 anos de golpe militar deixam dez feridos e 50 detidos no Chile
Distúrbios tiveram barricadas nas ruas e cortes de energia em diversos bairros da periferia
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Os distúrbios começaram na noite de quinta-feira e se estenderam até a madrugada deste sábado, com barricadas nas ruas e cortes de energia em diversos bairros da periferia. O intendente de Santiago, Claudio Orrego, qualificou neste sábado de "graves" os incidentes, mas destacou que este ano há menos detidos, feridos e ônibus queimados em relação aos protestos precedentes pelo golpe militar.
Na sexta-feira, a presidente chilena, Michelle Bachelet, homenageou no Palácio de La Moneda o socialista Salvador Allende, derrubado em 1973 pelo golpe, e disse que o Chile ainda precisa avançar em busca da verdade e da justiça. Nos locais utilizados como centros de detenção ou tortura durante a ditadura, como Vila Grimaldi e o Estadio Nacional de Santiago, velas foram acesas para lembrar as vítimas da ditadura, enquanto organizações dos direitos humanos reafirmaram seu pedido para o fechamento da prisão especial para repressores de Punta Peuco.
A ditadura de Pinochet deixou mais de 3,2 mil mortos e, nela, cerca de 38 mil foram torturados, transformando-se em uma das mais cruéis dos regimes militares na América Latina nas décadas de 1970 e 1980.