Puigdemont pede unidade ao separatismo nas eleições catalãs
Partidos devem notificar antes do fim do dia uma possível aliança à junta eleitoral
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"Não temos outra alternativa a não ser ir todos juntos", afirmou em entrevista concedida, em Bruxelas, à rádio pública catalã. A aliança, segundo ele, deve incluir tanto os membros de seu gabinete, que também se encontram em Bruxelas, como os outros oito presos preventivamente em Madri por rebelião e desvio de fundos públicos por causa da realização de um referendo de autodeterminação e da declaração ilegal de independência nesta região, a mesma acusação que pesa sobre Puigdemont.
O ex-presidente catalão também justificou sua viagem para a Bélgica ao afirmar que o Executivo espanhol preparava uma "onda duríssima de violência" pela qual ele seria responsabilizado. Na entrevista à rádio pública regional 'Catalunya Radio', Puigdemont explicou a decisão de seu governo por uma divisão, com cinco membros na Bélgica para internacionalizar a causa e os outros na Espanha para responder à justiça, que determinou a prisão preventiva do grupo.
"Penso que não nos equivocamos. Estou absolutamente convencido de que o Estado espanhol havia preparado uma onda duríssima de repressão, de violência, pela qual queria responsabilizar a todos nós", afirmou Puigdemont, que diz representar o "governo no exílio".
Ele não explicou de que maneira sua saída do país contribuiu para evitar a violência que, segundo o catalão, teria sido planejada pelo governo espanhol. Investigado com todo seu governo por rebelião, sedição e desvio de fundos públicos após a declaração de independência pelo Parlamento catalão em 27 de outubro, Puigdemont e os quatro conselheiros (ministros) que estão em Bruxelas são procurados pela justiça espanhola. No dia 17 de novembro, um tribunal belga deve examinar a ordem de prisão europeia emitida pela Espanha. Com o Executivo de Puigdemont destituído, o governo espanhol administra a Catalunha até as eleições regionais de 21 de dezembro.
Os partidos independentistas disputarão as eleições, apesar de considerá-las ilícitas por terem sido convocadas pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy, e ainda discutem se isto acontecerá em coalizão ou de modo separado. Puigdemont defendeu na entrevista a formação de uma lista única para enfrentar o "golpe de Estado" executado, segundo ele, pelo governo espanhol ao destituir seu Executivo e assumir o controle da região. Na véspera, em sua primeira mensagem depois de ficar em liberdade condicional na Bélgica, ele criticou o governo central espanhol por sua falta de democracia.
"Em liberdade e sem fiança. Nosso pensamento está com os companheiros injustamente presos por um Estado afastado da prática democrática", tuitou Puigdemont.